Moradia e aprendizagem remota durante a pandemia de COVID-19 no Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2021v30n3.55971Palavras-chave:
Censo das condições de Aprendizagem; Moradia; Educação Remota.Resumo
Com a pandemia do corona vírus no inicio do ano de 2020, as diferentes escalas de poder que gerem a educação pública suspenderam as aulas presenciais para atender a medidas de isolamento social. Na rede estadual de ensino público do Rio de Janeiro, medidas foram tomadas sem nenhum tipo de debate ou planejamento para transferir o ensino presencial para a modalidade à distância. A contratação de serviço de uma plataforma on line se deu bem rapidamente sem atentar para as condições de estudantes e professores para seu uso. Mediante constantes declarações por parte das equipes diretivas, ou mesmo reportagens, de que haveria possibilidade de corte de salário, muitos professores passaram a adotar o sistema, mesmo não tendo domínio sobre as tecnologias e tampouco a certeza de que os acessos valeriam como dias letivos. A baixa adesão de estudantes ao sistema gerou a necessidade de entender sob que condições estudavam, mesmo tendo acesso a internet. A presente pesquisa avalia os resultados da aplicação de um micro censo sobre as condições de aprendizagem no ensino à distância, dando ênfase à situação de domicílio em uma escola pública estadual no bairro do Caju no Rio de Janeiro. Os resultados demonstram que o mero acesso à internet, que já não é pra todos, não é suficiente para a efetividade do processo de ensino-aprendizagem nesse momento.
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