CURRÍCULOS, COTIDIANO(S) E INTERSECCIONALIDADE

por um currículo-(r)existência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.50701

Palavras-chave:

Currículos, Interseccionalidade, Cotidiano escolar

Resumo

Somos sujeitos marcados/marcadas ao nascer. Raça, gênero e classe social são as primeiras inscrições em nossos corpos históricos dispostos no mundo. A escola deixa suas marcas nos corpos e nos currículos cotidianos que lá são presente, e suas marcas nem sempre são possíveis de apagar. Como ressignificar? Neste trabalho propomos a discussão sobre currículos escolares tecidos na cotidianidade partindo da ferramenta analítica interseccionalidade. Cunhada por feministas negras, a interseccionalidade visa compreender relações estabelecidas entre raça, gênero e classe no que tange pensar as opressões contra grupos minoritários. Entendemos que os currículos tecidos nos cotidianos, compostos por muitas mãos, são fontes de resistência às opressões, porque apresentam lugares de fala e micropolíticas de existência. Por isso, propomos, a partir da ferramenta interseccionalidade, entender as práticas curriculares cotidianas como currículos-(r)existência, na tentativa de romper com a colonialidade e fazer uma vida escolar mais justa e comprometida com a emancipação social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Wenderson Silva Oliveira, Universidade Estadual do Ceará, Brasil.

Doutorando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (PPGE/UECE). Professor efetivo da Secretaria Municipal de Educação do município de Sobral/CE, atuando como Professor de Artes na Educação em Tempo Integral (Laboratório de Artes/Educação Musical).

Isabel Maria Sabino de Farias, Universidade Estadual do Ceará, Brasil.

Professora associada da UECE, vinculada ao Curso de Pedagogia e ao Programa de Pós-Graduação em Educação (Mestrado e Doutorado). Vice-presidente Nordeste da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd (2015-2019). Líder do grupo de pesquisa Educação, Cultura Escolar e Sociedade (EDUCAS). Coordena o Observatório sobre Desenvolvimento Profissional e Inovação Pedagógica, iniciativa apoiada pelo OBEDUC/CAPES.

Referências

AKOTIRENE, Carla. Interseccionalidade. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite (Orgs.). A invenção da escola a cada dia. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

ALVES, Nilda. Decifrando o pergaminho – os cotidianos das escolas nas lógicas das redes cotidianas. In: OLIVEIRA, Inês Barbosa de; ALVES, Nilda (Orgs.). Pesquisa nos/dos/com os cotidianos das escolas: sobre redes de saberes. Petrópolis: DP etAliii, 2008.

ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite. O sentido da escola. 6ªed. Petrópolis: DP et Alii, 2016.

BENTO, Maria Aparecida Silva. Pactos Narcísicos no Racismo: Branquitude e poder nas organizações empresariais e no poder público. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Aprendizagem da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2002.

CARNEIRO, Sueli. Gênero, Raça e Ascenção Social. Revista Estudos Feministas, v.3, n.2, 1995.

CRENSHAW, Kimberlé. Documento para o Encontro de Especialistas em Aspectos da Discriminação Racial Relativos ao Gênero. Revista Estudos Feministas. Ano 10, nº1, p.171-188. Florianópolis, 2002.

FERRAÇO, Carlos Eduardo. Eu, caçador de mim. In: GARCIA, Regina Leite (Org.). Método: Pesquisa com o cotidiano. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

FERRAÇO, Carlos Eduardo Ferraço. Pesquisa com o cotidiano. Educação & Sociedade, vol.23, n.98, pp.73-95, 2007.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. 28ªed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

GONZALES, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, Anpocs, 1984.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: Episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MIGNOLO, Walter D. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. Cadernos de Letras da UFF: Dossiê: Literatura, língua e identidade, n.34, p.287-324, 2008. Disponível em: http://www.cadernosdeletras.uff.br/joomla/images/stories/edicoes/34/traducao.pdf. Acesso em 31/01/2020.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. Contribuições de Boaventura de Sousa Santos para a reflexão curricular: princípios emancipatórios e currículos pensadospraticados. Revista e-curriculum, v.8, n.2, ago, 2012.

OLIVEIRA, Inês Barbosa de. O currículo como criação cotidiana. Petrópolis: DP et Alii; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2016.

OLIVEIRA, Megg Rayara Gomes de. O diabo em forma de gente: (re)existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2017.

OLIVEIRA, Danilo Araújo de.; FERRARI, Anderson. Interseccionalidade, gênero, sexualidade e raça: os desafios e as potencialidades na invenção de outros currículos. Revista Diversidade e Educação, v. 6, n. 1, Jan-Jun, p. 21-29, 2018.

POCAHY, Fernando Altair. Interseccionalidade e educação: cartografias de uma prática-conceito feminista. Textura, nº23, p.18-30, jan/jul, 2011.

RIBEIRO, Djamila. Lugar de Fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2012.

Sovik, Liv. Aqui ninguém é branco: hegemonia branca no Brasil. In: Ware, Vron. (Org.), Branquidade, identidade branca e multiculturalismo. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

Downloads

Publicado

14-04-2020

Como Citar

SILVA OLIVEIRA, W. .; SABINO DE FARIAS, I. M. CURRÍCULOS, COTIDIANO(S) E INTERSECCIONALIDADE: por um currículo-(r)existência. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 72–83, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.1983-1579.2020v13n1.50701. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/50701. Acesso em: 18 nov. 2024.