DESLOCAMENTOS DISCURSIVOS E AS COMPETÊNCIAS DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA NA BNCC
contingência, precariedade e a impossibilidade de um “todos” para o currículo
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v14iEspecial.60459Palavras-chave:
Base Nacional Comum Curricular, Educação em Ciências, Política de CurrículoResumo
O texto aborda as competências das Ciências da Natureza na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio a partir de uma perspectiva discursiva pós-estrutural, visando a realização de uma leitura desconstrutiva dos seus fundamentos pedagógicos, políticos e epistemológicos. A partir da teoria do discurso de Laclau e Mouffe (2015), problematiza-se a instituição de soluções fortemente pragmáticas para o currículo, supostamente baseadas em fundamentos sólidos de como a educação e a identidade do outro devem ser para se alcançar finalidades de resolução de demandas do mundo social e do trabalho, baseadas no registro epistemológico da ciência. Defende-se que a significação utilitária do currículo e das aprendizagens produz uma economização da experiência escolar à ideia de conhecimento como um troço útil que deve servir para os estudantes se virarem como cidadãos no mundo do trabalho e da vida cotidiana, mundo esse jamais plenamente antecipável e artificialmente reproduzível no currículo.
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