BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL

processo de construção e concepções norteadoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n1.57113

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Base Nacional Comum Curricular, Educação Infantil., Políticas Curriculares

Resumo

Neste artigo objetivamos analisar o processo de construção e as concepções norteadoras da Base Nacional Comum Curricular para Educação Infantil (BNCCEI). Para tanto, contextualizamos o papel assumido pelo ideário neoliberal nas políticas educacionais, fazendo uma leitura crítica acerca da adoção de um currículo nacional para educação infantil e destacando, então, a especificidade da ação pedagógica. No tocante à metodologia, optamos pela abordagem qualitativa conjugada com a pesquisa documental. Constata-se que a conjuntura política em que se deu o processo de elaboração e aprovação da BNCCEI evidenciou tanto as disputas e correlações de forças entre concepções distintas de educação e currículo, quanto a hegemonia da classe detentora do capital, que subordina a educação pública à lógica do mercado. Em relação à versão final do referido documento, o foco está no desenvolvimento de competências, prevalecendo a lógica prescritiva dos objetivos de aprendizagem. Por fim, destaca-se que as propostas curriculares precisam ser construídas com a participação efetiva dos que pensam/fazem a instituição, a fim de que possibilitem a tessitura de um projeto pedagógico em torno dos interesses e necessidades das crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ivanilda Dantas de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba, Brasil.

Mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba e Pedagoga da Universidade Federal de Campina Grande.

Adelaide Alves Dias, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil.

Doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense e Professor Visitante da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Referências

ABRAMOWICZ, A; CRUZ, A. C. J; MORUZZI, A. B. Alguns apontamentos: a quem interessa a Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil? Debates em Educação, Maceió, V. 8, Nº16, jul./dez., 2016. Disponível em: http://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/2385/2134. Acesso em: 12 de junho de 2017.

ADRIAO, Theresa Maria de Freitas et al. Grupos empresariais na educação básica pública brasileira: limites à efetivação do direito à educação. Educ. Soc., Campinas v. 37, n. 134, p. 113-131, Mar 2016

AGUIAR, Márcia Angela da Silva. Entrevista. Retratos da Escola, v. 9, nº17, jul./dez, 2015.

AMORIM, Ana Luísa Nogueira; DIAS, Adelaide Alves. Currículo e Educação Infantil: uma análise dos documentos curriculares nacionais. Espaço do Currículo, v.4, n.2, p. 125-137, setembro de 2011 a março de 2012.

ANDERSON, Perry. “Balanço do Neoliberalismo”. In: SADER, Emir. (org) Pósneoliberalismo - As políticas Sociais e o Estado Democrático, São Paulo, Editora Paz e Terra, 1995.

ANPED/Associação Nacional de Pós‐graduação e Pesquisa em Educação e ABdC/Associação Brasileira de Currículo. Exposição de Motivos sobre a Base Nacional Comum Curricular. Ofício n.º 01/2015/GR Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2015.

ANPED/Associação Nacional de Pós‐graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). A Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 2017. Disponível em: https://anped.org.br/news/documento-expoe-acoes-e-posicionamentos-da-anped-sobre-bncc. Acesso em: 10 de maio de 2020.

ARELARO, Lisete Regina Gomes. Avaliação das políticas de educação infantil no Brasil: avanços e retrocessos. Revista Zero-a-seis, Florianópolis, v. 19, n. 36, p. 206-222, jul./dez. 2017.

BARBOSA, M. C. S.; CAMPOS, R. BNC e educação infantil: quais as possibilidades?. Retratos da Escola, v. 9, p. 353-366, 2015.BARBOSA, M. C. S.; OLIVEIRA, Z. M. R. Porque uma BNCC na educação infantil. Pátio Educação Infantil, ano 16, Nº 55, abr./jun., 2018.

BARBOSA, M. C. S.; OLIVEIRA, Z. M. R. Porque uma BNCC na educação infantil. Pátio Educação Infantil, ano 16, Nº 55, abr./jun., 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Versão preliminar, 2015.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 2ª Versão Revista, 2016.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. 3ª Versão Revista, 2017.

BRASIL. Ministério da Educação. Propostas pedagógicas e currículo em educação infantil: um diagnóstico e a construção de uma metodologia de análise. Brasília, DF: MEC/SEF/DPE/COEDI, 1996.

BRASIL. Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: introdução. Brasília, DF: MEC/SEF/DPE/COEDI, 1998.

BRASIL, Presidência da República (F.H. Cardoso), Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, BR: Presidência da República, Câmara da Reforma do Estado. Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, 1995.

DOURADO. Luiz Fernandes. Estado, educação e democracia no Brasil: retrocessos e resistências. Educ. Soc., Campinas, v.40, 2019.

EVANGELISTA, O. Apontamentos para o trabalho com documentos de política educacional. In: Ronaldo M. L. Araujo; Doriedson S. Rodrigues. (Org.). A pesquisa em trabalho, educação e políticas educacionais. 1ed., Campinas-SP: Alínea, v. 1, p. 52-71, 2012.

FREITAS, Luiz Carlos de. Os reformadores empresariais da educação e a disputa pelo controle do processo pedagógico da escola. Revista Educação & Sociedade, Campinas, v. 35, n. 129, p. 1085-1114, out./dez. 2014.

FRIGOTTO, Gaudêncio (org). Escola “sem” partido: esfinge que ameaça a educação e a sociedade brasileira. Rio de Janeiro: UERJ, LPP, 2017.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1996.

MACEDO, Elizabeth. “A base é a base”. E o currículo é o que? In: AGUIAR, Márcia A. S.; DOURADO. Luiz Fernandes (Orgs). A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. [Livro Eletrônico]. Recife, 2018.

MAUDONNET, Janaina Vargas de Moraes. Movimentos sociais em defesa da criança: os fóruns de educação infantil e suas incidências nas políticas públicas no Brasil. 2019. 265 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.

OLIVEIRA. Inês Barbosa de. Políticas curriculares no contexto do golpe de 2016: debates atuais, embates e resistências. In. AGUIAR. Márcia Ângela; DOURADO. Luiz Fernandes. (Org.). A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas. Livro eletrônico. Recife: ANPAE, 2018.

PERLATTO, Fernando. Decifrando o governo Lula: interpretações sobre o Brasil contemporâneo. Revista de Ciências Humanas, Viçosa, v. 15, n. 1, p. 256-272, jan./jun., 2015.

PERONI, Vera Maria Vidal; CAETANO, Raquel Caetano. O público e o privado na educação: projetos em disputa? Revista Retratos da Escola. Brasília, v. 9, n. 17, p. 337-352, jul./dez. 2015. Disponível em: http://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/download/584/658. Acesso EM: 14 jun. 2018.

ROCHA, Nathália Fernandes Egito. Base Nacional Comum Curricular e micropolítica: analisando os fios condutores. 2016. 190 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2016.

SADER, E. A construção da hegemonia pós-neoliberal. In. SADER, E. (Org.). 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. São Paulo: Ed. Boitempo, 2013.

TRICHES, Eliane de Fátima, ARANDA, Maria Alice de Miranda. O percurso de formulação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Anais do III Seminário de Formação docente: intersecção entre universidade e escola, 2018. Disponível em: < https://anaisonline.uems.br/index.php/seminarioformacaodocente/article/view/4678. Acesso em: 10 de fevereiro de 2020.

Downloads

Publicado

24-03-2021

Como Citar

OLIVEIRA, I. D. de .; DIAS, A. A. BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL : processo de construção e concepções norteadoras. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 14, n. 1, p. 1–10, 2021. DOI: 10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n1.57113. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/57113. Acesso em: 29 mar. 2024.