ENTRE O SEMBA E O FUNK

a poética musical como fonte para se pensar o protagonismo negro no currículo escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v15i1.57736

Palavras-chave:

Protagonismo Negro, Educação Antirracista, Currículo

Resumo

Este estudo faz uso do samba-enredo História de ninar gente grande, da Escola de Samba carioca Estação Primeira de Mangueira (2019), e do funk Céu de pipa, composto por MC Marks (2020), como fontes históricas possíveis para pensar o protagonismo negro na história e seu silenciamento no currículo formal escolar. Objetiva perquirir a importância de práticas culturais na constituição dos saberes históricos e em ações educativas que promovam a eficácia social da lei 10.639/2003, cuja exegese se alinha a eliminação de todas as formas de discriminação racial e compromete-se a uma dupla obrigação: eliminar as formas constantes de discriminação e promover a igualdade. Para tanto, faz uso da chave-teórica aberta por Thornton sobre a África e os africanos na formação do mundo atlântico, bem como dos estudos sobre uma educação antirracista e suas correlações com o currículo oficial escolar. Quanto ao aspecto metodológico, privilegia-se uma abordagem qualitativa, predominantemente com aporte procedimental na análise do conteúdo literal e no conceito de cultura histórica, como recursos para uma leitura crítica e holística dos estilos musicais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Diego dos Santos Alves, Instituto Federal de Alagoas, Brasil.

Mestre em Educação Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal de Alagoas e Professor do Instituto Federal de Alagoas.

Jonatas Xavier de Souza, Instituto Federal da Paraíba, Brasil.

Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco e Professor de História do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.

Referências

ALENCASTRO, L. F. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

ALENCASTRO, L. F. O pecado original da sociedade e da ordem jurídica brasileira. Novos Estudos, n. 87, jul. 2010. p. 5-11.

ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. São Paulo: Pólen Livros, 2019.

ALVES, J. A. L. Os direitos humanos na pós-modernidade. 1. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019.

ARROYO, M. G. Introdução: os coletivos diversos repolitizam a formação. In: PEREIRA, J.; LEÃO, G. (orgs.). Quando a diversidade interroga a formação docente. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

ASSIS, L. C.; DIAS, L. R. Referentes político-normativos de cumprimento dos artigos 26-A e 79-B da lei de diretrizes e bases: uma pauta para a igualdade racial nas escolas. Jornal de Políticas Educacionais, v. 13, n. 11, mar. 2019. Disponível em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/57188. Acesso em: 7 dez. 2020.

BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.

BOTELHO, J. Racismo e luta antirracista no Brasil: uma análise necessária para o avanço da estratégia anticapitalista. Revista Trabalho Necessário, v. 17, n. 34, p. 171-191, set./dez. 2019. Disponível em: https://periodicos.uff.br/trabalhonecessario/article/view/38049/21777. Acesso em: 13 out. 2020.

BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de novembro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, p. 1, 10 jan. 2003.

CAVALLEIRO, E. S. (org.). Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: Selo Negro, 2001.

CAVALLEIRO, E. S. Introdução. In: MUNANGA, K. (org). Educação antirracista: caminhos abertos pela Lei Federal nº 10.639/03. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005. p. 11-21.

DAVIS, A. A liberdade é uma luta constante. São Paulo: Boitempo, 2018.

DOMÊNICO, D. et al. Samba-enredo do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira: História pra ninar gente grande. In: Abre-Alas. Rio de Janeiro: Liesa, 2019. p. 377-380. Disponível em: http://liesa.globo.com/material/materia2019/publicacoesliesa/___ABREALAS/Abre-Alas%20-%20Segunda-feira%20-%20Carnaval%202019.pdf. Acesso em: 12 fev. 2021.

DOMINGUES, P. O recinto sagrado: educação e antirracismo no Brasil. Cadernos de Pesquisa, v. 39, n. 138, p. 963-994, set./dez. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/cp/v39n138/v39n138a14.pdf. Acesso em: 12 fev. 2021.

FLORES, E. C. Dos feitos e dos ditos: História e Cultura Histórica. Sæculum – Revista de História, n. 16, 30 jun. 2007. Disponível em https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/srh/article/view/11374. Acesso em: 7 de dezembro de 2020.

FRAGA, É. Pesquisas econômicas avançam e apontam como racismo perpetua fosso social. Folha de São Paulo, São Paulo, 18 jul. 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/07/pesquisas-economicas-avancam-e-apontam-como-racismo-perpetua-fosso-social.shtml. Acesso em: 18. jul. 2020.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1987.

GOMES, N. L. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, v. 12, n. 1, p. 98-109, jan./abr., 2012. Disponível em: http://www.apeoesp.org.br/sistema/ck/files/5_Gomes_N%20L_Rel_etnico_raciais_educ%20e%20descolonizacao%20do%20curriculo.pdf. Acesso em: 12 fev. 2021.

HOOKS, B. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Martins Fontes, 2013.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Censo Escolar, 2020. Brasília: Ministério da Educação, 2020.

LE GOFF, J.; NORA, P. (orgs.). História: novas abordagens. v. 1. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

LE GOFF, J.; NORA, P. (orgs.). História: novos problemas. v. 2. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

LE GOFF, J.; NORA, P. (orgs.). História: Novos objetos. v. 3. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988.

LEÃO, A. S. et. al. Mulheres, homossexuais, indígenas e negros na Ditadura Civil-Militar: uma análise sobre as minorias no regime político. Das Amazônias, Rio Branco, Acre, v. 2, n. 2, p. 45-58, ago./dez. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/amazonicas/article/view/3232/2003. Acesso em: 12 fev. 2021.

LUDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária, 1986.

MARQUES, D. L. Sob a “sombra” de Palmares: escravidão e resistência no século XIX. São Paulo: e-Manuscrito, 2020.

MC Marks; DJ Muka. Céu de Pipa. São Paulo: Tchatchael, 2020. 1 Vídeo clipe. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fBf7XAC2K5U. Acesso em: 12 fev. 2021.

MINAYO, M. C. S. Análise qualitativa: teoria, etapas e fidedignidade. Ciência & saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 17, n. 3, p. 621-626, mar. 2012. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000300007&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 19 de jul. de 2020.

MUNANGA, K. Superando o racismo na escola. 2. ed. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, 2005.

OLIVEIRA, I. A. Participação dos africanos e afro-brasileiros nas lutas travadas na Bahia pela independência do Brasil. In: Encontro Estadual de Ensino de História, 5., 2019, Eunápolis. Anais [...] Eunápolis: Associação Nacional de História, 2019. Anais Eletrônicos. Disponível em: https://www.ensinodehistoria2019.bahia.anpuh.org/site/anais2?AREA=15. Acesso em: 12 fev. 2021.

REIS, J. J. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em 1835. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

ROBINSON, C. Capitalismo Racial: El Carácter no objetivo del desarrollo capitalista. Tabula Rasa, Bogotá, n. 28, p. 23-56, junho de 2018. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1794-24892018000100023&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 out. 2020.

SPIELER, P. et al. Direitos humanos. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2012.

THOMPSON, E. P. Costumes em comum: estudos sobre a cultura popular tradicional. 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

THORNTON, J. K. A África e os africanos na formação do mundo atlântico: 1400-1800. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

XAVIER, P. P. História, memória e historiografia: o Dragão do Mar na escrita de Edmar Morel (1949). In: Simpósio Nacional de História, 25., 2009, Fortaleza. Anais [...] Fortaleza: Associação Nacional de História, 2009. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/anpuhnacional/S.25/ANPUH.S25.0389.pdf. Acesso em: 12 fev. 2021.

YOUNG, M. Teoria do currículo: o que é e por que é importante. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 44, n. 151, p. 190-202, mar. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742014000100010&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 17 set. 2020.

Downloads

Publicado

30-04-2022

Como Citar

ALVES, D. dos S. .; SOUZA, J. X. de . ENTRE O SEMBA E O FUNK: a poética musical como fonte para se pensar o protagonismo negro no currículo escolar. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 15, n. 1, p. 1–12, 2022. DOI: 10.15687/rec.v15i1.57736. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/57736. Acesso em: 26 abr. 2024.