O CINEMA COMO MÁQUINA DE GUERRA
força de invenção coletiva nos cotidianos escolares
DOI:
https://doi.org/10.15687/rec.v14i3.60860Palavras-chave:
Currículos, Cartografia, CinemaResumo
O artigo deriva de movimentos de pesquisas que pensam a força do cinema no cotidiano escolar em redes de conversações. Em meio a formas centralizadoras de gestar currículos que almejam modelizar e padronizar as escolas, o texto apresenta possibilidades de fugas criadoras por meio do encontro entre estudantes e professoras com as imagens cinematográficas. Objetiva apresentar os potenciais estéticos, ético-políticos e os movimentos de invenções curriculares e de aprendizagensensino disparados nos encontros com as imagens fílmicas. Para tanto, utiliza a cartografia como tática metodológica, buscando capturar os efeitos de pensamentos que emergem pela experimentação educacional com o cinema. Realizados em escolas públicas da educação básica de Vitória/ES, argumenta que os encontros com as imagens cinematográficas em processos de formação no cotidiano escolar tornam-se “máquinas de guerra” que violentam o pensamento e forçam a diferenciação, impulsionando a constituição de corpos coletivos que invocam novos movimentos curriculares e criam sentidos para os processos de aprender ensinar. A potência das imagens atua como forças que rompem as tentativas de centralização nas decisões curriculares, agindo como vetor de desterritorialização que expande as dimensões ético-político-estéticas dos conhecimentos, em direção a uma vida inventiva que não se deixa apequenar, mas que se mobiliza pelas afecções dos corpos-pensamentos, fazendo circular uma multiplicidade de saberes e de culturas na afirmação de uma vida bonita.
Downloads
Métricas
Referências
AMORIM, Graziele Corrêa; SIMONINI, Eduardo. Narrativa, cinema e realidade: a ousadia de pensar-estranhar outros mundos. In: Carvalho,Janete Magalhães; SILVA, Sandra Kretli; DELBONI, Tânia Mara Zanotti Guerra Frizzera (Org.). Currículo e estética da arte de educar. Curitiba: CRV, 2020.
BALL, Stephan J. Sociologia das políticas educacionais e pesquisa crítico-social: uma revisão pessoal das políticas educacionais e da pesquisa em política educacional. Tradução de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo. Currículo sem Fronteiras, v.6, n. 2, jul. / dez. 2006.
CARVALHO, Janete Magalhães. O cotidiano escolar como comunidade de afetos. Rio de Janeiro: DP&A; Brasília: CNPq, 2009.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: 1 artes de fazer. Tradução de Ephraim Ferreira Alves. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
DELEUZE, Gilles. A imagem-tempo. Tradução de Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo: Brasiliense, 2013. v. 3.
DELEUZE, Gilles. Lógica do sentido. Tradução de Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 2015.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Ana Lúcia de Oliveira, Aurélio Guerra Neto e Celia Pinto Costa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2011. v. 1.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Suely Rolnik. São Paulo: Ed. 54, 1997. v. 4.
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Peter PálPelbart e Janice Caiafa. 2. ed. São Paulo: Editora 34, 2012. v. 5.
DELEUZE, Guilles; GUATTARI, Félix. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Tradução de Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúci Cláudia Leão e Suely Rolnik. São Paulo: Ed. 34, 1996. v. 3.
FERNANDES, Nathan Moretto Guzzo. Imagens cinematográficas no cineclube como máquina de guerra: movimentos de pensamentos e criações curriculares. Dissertação (Mestrado em Educação) – UFES, Vitória, 2019.
GALLO, Silvio Donizetti de Oliveira. Do currículo como máquina de subjetivação. In: FERRAÇO, Carlos Eduardo; CARVALHO, Janete Magalhães (Og.). Currículos, conhecimentos e produção de subjetividades. Rio de Janeiro: NUPEC, 2012. p. 203-219.
KASTRUP, Virgínia. O funcionamento da atenção no trabalho do cartógrafo. Psicologia & Sociedade. v. 19, n. 1, p. 15-22, jan./abr. 2007.
KOHAN, Walter Omar. Vida e Morte da Infância, entre o Humano e o Inumano. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 35, n. 3, p. 125-138, set./dez. 2010.
LAPOUJADE, David. Potências do tempo. Tradução de Hortencia Santos Lencastre. São Paulo: Editora n-1, 2017.
PARAÍSO, Marlucy Alves. Um currículo entre formas e forças. Educação, v. 38, n. 1, p. 49-58, 2015. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/18443. Acesso em: 4 ago. 2019.
ROLNIK, Suely. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo. São Paulo: Estação Liberdade, 2007.
ROLNIK, Suely; GUATTARI, Félix. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes, 1986.
SILVA, Sandra Kretli da. Cartografia das artes de fazer e de nutrir. Revista Instrumento, v. 17, n.1, jan./jun. 2015.
SILVA, Sandra Kretli da; ZOUAIN, Ana Cláudia Santiago; FERNANDES, Nathan Moretto Guzzo. O cinema abrindo alas para os devires passarem. In: CARVALHO, Janete Magalhães; SILVA, Sandra Kretli; DELBONI, Tânia Mara Zanotti Guerra Frizzera (Org.). Currículo e estética da arte de educar. Curitiba: CRV, 2020.
ZOUAIN, Ana Cláudia Santiago. Crianças cineastas e seus roteiros criarteiros: infâncias, currículos e docências inventivas. Dissertação (Mestrado em Educação) – UFES, Vitória, 2019.
ZOURABICHVILI, François. Deleuze: uma filosofia do acontecimento. Tradução e prefácio de Luiz B. L. Orlandi. São Paulo: Editora 34, 2016.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Espaço do Currículo
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png)
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à Revista Espaço do Currículo (REC) e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos à Revista Espaço do Currículo: os direitos de primeira publicação e a permissão para que a REC redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.