A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL

disputas por hegemonia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v15i2.63697

Palavras-chave:

Formação docente, Educação Infantil, Teoria do Discurso

Resumo

À luz da Teoria Política do Discurso, de Ernesto Laclau e Chantal Mouffe, analisam-se as demandas por formação das docentes da Educação Infantil, examinando o jogo de decisões políticas em disputa no período entre 2009 e 2019, que negociam o espaço de formação e as possibilidades de significação dessa docência. Interpretam-se as demandas pelos tipos de formação, considerando a movimentação de sentidos que percorrem o debate da reformulação curricular dos cursos de formação para essa docência, especialmente, do curso de Pedagogia. Procura-se extrair as principais reivindicações de entidades acadêmicas, organizações internacionais e de outras organizações sociais. Interpreta-se que as demandas por formação se vinculam a uma demanda por reconhecimento profissional, que se antagoniza à figura da professora leiga. Conclui-se que o rebaixamento das exigências nos processos de qualificação das professoras de Educação Infantil, mediante uma formação em nível médio, de grau técnico ou vocacional, o aligeiramento dos processos de formação e a redução de investimentos (por meio de alternativas emergenciais como: a formação a distância e programas de formação em serviço) são ações fragmentadas nas políticas de formação das professoras de Educação Infantil. Sendo assim, a satisfação das demandas por formação superior e específica em Educação Infantil que emerge nos documentos da comunidade acadêmica e de movimentos sociais parece necessária para conter o quadro de desprofissionalização dessa categoria.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Juliana Diniz Gutierres Borges, Universidade Federal de Pelotas, Brasil

Doutora em Educação pela Universidade Federal de Pelotas e professora do Instituto Federal do Rio Grande do Sul.

Maria Manuela Alves Garcia, Universidade Federal de Pelotas, Brasil

Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Professora da Universidade Federal de Pelotas.

 

Referências

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XII Encontro Nacional. Brasília, 2004. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/12%C2%BA-Encontro-Documento-Final-2004.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XIII Encontro Nacional. São Paulo, 2006. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/13%C2%BA-Encontro-Documento-Final-2006.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XIV Encontro Nacional. Brasília, 2008. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/14%C2%BA-Encontro-Documento-Final-2008.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XV Encontro Nacional. Brasília, 2010. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/15%C2%BA-Encontro-Documental-Final-2010.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Fundamentos e contribuições à elaboração do Plano Nacional de Educação (2011-2022) com base nas emendas ao PL 8.035/2011. Brasília, 2011. Disponível em: https://formacaoprofessordotcom.files.wordpress.com/2017/10/pronunciamento-anfope-cec-31-08-2011.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XVI Encontro Nacional. Brasília, 2012. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/16%C2%BA-Encontro-Documental-Final-2012.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Documento Final do XVII Encontro Nacional. Brasília, 2014. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/17%C2%BA-Encontro-Documento-Final-2014.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Posição da ANFOPE sobre a BNCC. Brasília, 2017. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/05/CARTA-de-Brasilia_ANFOPE-V-Audiencia-Publica-CNE.-11.9.2017.pdf. Acessado em 10 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação Carta de Niterói. Niterói, RJ, 2018. Disponível em: https://www.anfope.org.br/wp-content/uploads/2018/09/CARTA-DE-NITER%C3%93I.pdf. Acessado em 22 jun. 2022.

ANFOPE, Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação; FORUMDIR, Fórum Nacional de Diretores de Faculdades/Centros/ Departamentos de Educação ou Equivalentes das Universidades Públicas Brasileiras Nota ANFOPE e FORUMDIR sobre a Base Nacional da Formação dos Professores. Manifesto em defesa da Formação de Professores. Brasília, 2018. Disponível em: https://www.anped.org.br/news/manifesto-anfope-em-defesa-da-formacao-de-professores. Acessado em 22 jun. 2022.

BID, Banco Interamericano de Desenvolvimento. Os primeiros anos: o bem-estar infantil e o papel das políticas públicas. Editado por: Samuel Berlinski, Nobert Schady. Washington: BID, 2016.

BORGES, Juliana Diniz Gutierres. A formação docente nas políticas curriculares de Educação Infantil: disputas por hegemonia (2009-2019). Pelotas: UFPel, 2022. 156f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2022.

BORGES, Verônica. Espectros da profissionalização docente nas políticas curriculares para formação de professores: um self para o futuro professor. Rio de Janeiro: UERJ, 2015. 171 p. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015.

BRASIL. Decreto n.º 1.190, de 04 de abril de 1939. Dá organização à Faculdade Nacional de Filosofia. Coleção de Leis do Brasil, Brasília, DF, v. 4 939, 4 abril. 1939, p. 1-50.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Federal de Educação. Parecer n.º 252/69. Estudos pedagógicos superiores. Mínimos de conteúdo e duração para o curso de graduação em Pedagogia. Relator: Valnir Chagas. Documenta, Brasília, n. 100, p. 101-117, 1969.

BRASIL. Ministério da Educação. Por uma política de formação do profissional da educação infantil. Brasília, DF, 1994.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, DF, v. 134, n. 248, 23 dez. 1996. seção 1, p. 27834-27841.

BRASIL, Ministério da Educação. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília, DF, 1998.

CERISARA, Beatriz. Referencial Curricular nacional para educação infantil no contexto das reformas. Educação & Sociedade, Campinas, v. 23, n. 80, p. 329-348, set. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n80/12935. Acesso em: 11 jul. 2022.

DIAS, Rosanne Evangelista. “Perfil” profissional docente nas políticas curriculares. Revista Teias, Rio de Janeiro, v. 15, n. 39, p. 09-23, 2014. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/24479. Acesso em 11 jul. 2022.

EVANS, David K.; KOSEC, Katrina. Educação Infantil: Programas para a Geração Mais Importante do Brasil. Traduzido por Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. 1. ed. Washington, DC: The World Bank, 2011; São Paulo: Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, 2011.

FARIA, Ana Lúcia Goulart de. PALHARES, Marina Silveira (Orgs.). Educação Infantil pós-LDB: rumos e desafios. 6. ed. Campinas: Autores Associados, 1999. p. 19-50.

FORUMDIR, Fórum Nacional de Diretores de Faculdades/Centros/ Departamentos de Educação ou Equivalentes das Universidades Públicas Brasileiras. Minuta de proposta decorrente de estudos e debates desenvolvidos pelo FORUMIDIR - Diretrizes curriculares do curso de Pedagogia. Brasília, 2004. Disponível em: https://www.fe.unicamp.br/forumdir/textos/MinutaProposta-diretrizes_curriculares_curso_pedagogia.pdf. Acessado em 15 jun.2022.

GARCIA, Maria Manuela Alves; OSÓRIO, Mara Rejane Vieira; FONSECA, Márcia Souza da. Currículos e profissionalidades docentes: licenciaturas em Pedagogia e Matemática em universidades públicas gaúchas. 2 ed. São Leopoldo, Óikos, 2020.

GONÇALVES, Suzane da Rocha Vieira. O curso de Pedagogia no Brasil: da formação específica para a formação generalista. Revista Espaço do Currículo, v.10, n.2, p. 244-258, mai./ago. 2017. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/rec.v10i2.35393. Acesso em 11 jul. 2022.

LACLAU, Ernesto. Nuevas reflexiones sobre la revolución de nuestro tiempo. Buenos Aires: Nueva Visión, 1990.

LACLAU, Ernesto. Identidad y hegemonía: el rol de la universalidad en la constitución de las lógicas políticas. In: BUTLER, Judith, LACLAU, Ernesto, ZIZEK, Slavoj. Contingencia, hegemonía y universalidad. Diálogos contemporáneos en la izquierda. Buenos Aires: Fondo de cultura económica, 2000. p. 49-93.

LACLAU, Ernesto. Emancipação e diferença. Tradução de Alice Casimiro Lopes e Elizabeth Macedo. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.

LACLAU, Ernesto. A razão populista. Tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Três Estrelas, 2013.

LACLAU, Ernesto; MOUFFE, Chantal. Hegemonia e estratégia socialista. Por uma política democrática radical. Tradução de Joanildo Albuquerque Burity, Josias de Paula Júnior e Aécio Amaral. Brasília: CNPq, 2015.

LOPES, Alice Casimiro; BORGES, Veronica. Formação docente, um projeto impossível. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 45, n. 157, p. 486-507, set. 2015.

LOPES, Alice Casimiro. Por um currículo sem fundamentos. Linhas Críticas, Brasília – DF, v. 21, n. 45, p. 445-466, mai-ago 2015.

MIEIB, Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil. Carta de Vitória. Vitória, ES, 2012. Online. Disponível em: https://www.mieib.org.br/wp-content/uploads/2017/06/MIEIB-Encontro-Nacional-2012-Carta-de-Vito%CC%81ria-ES.pdf. Acessado em 11 jun. 2019.

MOUFFE, Chantal. O regresso do político. Tradução de Ana Cecília Simões. Lisboa: Gradiva, 1996.

MPD, Movimento Profissão Docente. Contribuições do Movimento Profissão Docente à Consulta Pública das Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores. São Paulo, 2019.

NAUDEAU, Sophie et al. Como investir na Primeira Infância: um guia para a discussão de políticas e a preparação de Projetos de Desenvolvimento da Primeira Infância. Tradução de Paola Morsello. Washington, DC: The World Bank, 2010; São Paulo: Singular, 2011.

RNPI, Rede Nacional pela Primeira Infância. Proposta elaborada pela Rede Nacional Primeira Infância com ampla participação social. Brasília, 2010.

ROCHA, Eloisa Acires Candal. A pedagogia e a educação infantil. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, n. 16, p. 27-34, abr. 2001. Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-24782001000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 11 jul. 2022.

SAVIANI, Dermeval. Formação de professores: aspectos históricos e teóricos do problema no contexto brasileiro. Revista Brasileira de Educação, v. 14 n. 40 jan./abr. 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/45rkkPghMMjMv3DBX3mTBHm/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 11 jul. 2022.

SILVA, Carmem Silvia Bissolli. Curso de pedagogia no Brasil: história e identidade. Campinas: Autores Associados, 2003.

TPE, Todos pela Educação. A especificidade da formação do professor da Educação Infantil. In: Educação em debate: Por um salto de qualidade na Educação Básica. Moderna, 2013. p.11-22.

Downloads

Publicado

15-10-2022

Como Citar

BORGES, J. D. G.; GARCIA, M. M. A. A FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL: disputas por hegemonia. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 15, n. 2, p. 1–19, 2022. DOI: 10.15687/rec.v15i2.63697. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/63697. Acesso em: 12 out. 2024.