POR UM CURRÍCULO PARAENSE OUTRO QUE FAÇA JUSTIÇA CURRICULAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v16i1.65425

Palavras-chave:

Currículo, Homofobia, Guia Pedagógico, Justiça curricular, Escola básica

Resumo

Este artigo discute o currículo como espaço de construção da equidade de gênero junto a professoras/es, gestoras/es e comunidade em geral, frente a atitudes discriminatórias e homofóbicas. Nesse sentido, analisa propostas didáticas anti-discriminatórias de um Guia curricular sugerido a professoras/es de um município paraense. Situada no campo do Currículo, trata-se de uma investigação qualitativa do tipo documental que utiliza a hermenêutica objetiva para a análise dos dados. O corpus é o Guia Pedagógico elaborado pela Secretaria Municipal de Ensino de Castanhal - Pará (SEMED/Castanhal). Os resultados da análise sinalizam que as orientações curriculares são caminhos para um planejamento didático e de ensino para conduzir enfrentamentos à homofobia, mesmo que essas orientações não façam parte da “Base Comum” obrigatória do currículo da rede municipal de ensino. A partir desse pressuposto, o Guia Pedagógico, ao respaldar o trabalho docente na abordagem da homofobia e do bullying homofóbico objetificado no ambiente escolar, se constitui elemento nuclear como “Parte Diversificada” do currículo que faça justiça curricular.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

José Damião Trindade Rocha, Universidade Federal do Tocantins, Brasil.

Doutor em Educação pela Universidade Federal da Bahia e Professor da Universidade Federal do Tocantins.

Lucélia de Moraes Braga Bassalo, Universidade do Estado do Pará,, Brasil.

Doutora em Educação pela Universidade de Brasília e Professora da Universidade do Estado do Pará.

Jardinélio Reis da Silva, Universidade Federal do Tocantins e Rede Municipal de Educação de Castanhal, Pará, Brasil.

Mestre em Educação pela Universidade do Estado do Pará, Doutorando em Educação pela Universidade Federal do Tocantins e Professor da Rede Municipal de Educação de Castanhal, Pará, Brasil.

Referências

BASSALO, Lucélia de Moraes Braga; WELLER, Wivian. Igualdade de direitos ou heteronormatividade?: professores e professoras diante da homossexualidade. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15, e2014305, p. 1-18, 2020.

BERTOLINI, Alexandre. et al. Trabalhando Diversidade Sexual e de Gênero na Escola: Currículo e Prática Pedagógica. UFRJ: Rio de janeiro, 2014. Disponível em: http://diversidade.pr5.ufrj.br/images/GDE_livro_1.pdf. Acesso em 05 out. 2022.

BORRILLO, Daniel. Homofobia: história e crítica de um preconceito. BH: Autêntica Editora, 2010.

BRASIL. Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989. Brasília, 1989. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7716compilado.htm. Acesso em: 18 fev. 2022.

BRASIL. Lei N. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Brasília, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 10 jun. 2022.

BRASIL. Lei N° 010172/2001 – Plano Nacional de Educação 2010 – 2021. Brasília, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/L10172.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022.

CAETANO, Marcio. Movimentos curriculares e a construção da heteronormatividade. In: RODRIGUES, Alexsandro; BARRETO, Maria Aparecida Santos Corrêa. (Org.) Currículos, gêneros e sexualidades: experiências misturadas e compartilhadas. Vitória, UFES, 2012.

CARVALHO FILHO, Evanilson Gurgel de. Cinema inclusivo: utilização do longa metragem “hoje eu quero voltar sozinho” como um recurso didático em turmas de ensino médio. In: Anais do CINTEDI – congresso internacional de educação e inclusão. Campina Grande – PB, 2014. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/cintedi/2014/Modalidade_1datahora_12_11_2014_21_26_36_idinscrito_3251_8d3834b219e16549625fce5998977d74.pdf. Acesso em: 06 out. 2022.

CARRARA, Sergio et al. Gênero e diversidade na escola: avaliação de processos, resultados, impactos e projeções. Rio de janeiro: CEPESC, 2017.

CASTANHAL. Portaria GAB/SEMED/PMC Nº 131/2013 - NERED. Castanhal, 2013.

CASTANHAL. Guia pedagógico para a educação das relações étnicorraciais e diversidade. Castanhal, 2022.

DIAS, Alfrâncio Ferreira; MENEZES, Carlos André Araújo. Que inovação pedagógica a pedagogia queer propõe ao currículo escolar? Revista Tempos e Espaços em Educação, v11, n. 23, p. 37-48, 2017.

FABRIS, Elí Henn. Cinema e educação: um caminho metodológico. Educação & Realidade, v. 33, n. 1, p. 117-133, 2008.

FARIAS, Francy Rennia Aguiar de; RUBIO, Juliana de Alcântara Silveira. Literatura infantil: a contribuição dos contos de fadas para a construção do imaginário infantil. Revista Eletrônica Saberes da Educação, v.3, n.1, p. 1-13, 2012.

GALIZA, Angélica Bittencourt. A sexualidade de alunos com deficiência intelectual: o público, o privado e a ação dialógica de resistência. Dissertação (Mestrado). 219 f. Universidade do Estado do Pará, Belém, 2020. Disponível em: https://ccse.uepa.br/ppged/wp-content/uploads/dissertacoes/14/Ang%C3%A9lica_Bittencourt_Galiza.pdf. Acesso em: 04 out. 2022.

GARCIA, Olga RZ; GROSSI, Miriam Pillar; GRAUPE, Mareli Eliane. Desafios da formação em Gênero, Sexualidade e Diversidade Étnico-raciais em Santa Catarina. Tubarão: Copiart, 2014.

GOODSON, Ivor. F. Aprendizagem, currículo e política de vida. Petrópolis, RJ: Vozes, 2020.

JUNQUEIRA, Rogério Diniz. A invenção da “ideologia de gênero”: um projeto reacionário de poder. Brasília: LetrasLivres, 2022.

LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4. ed. Campinas: Unicamp, 1996.

LOPES, Alice C.; MACEDO, Elizabeth. Teorias de currículo. São Paulo: Cortez, 2011.

LOURO, Guacira Lopes. Um corpo estranho: ensaios sobre a sexualidade e teoria queer. 1. ed.; 1. reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

MANCHINI, I. C.; JACINTO, J. da C.; SILVA, R. D. da. A sexualidade silenciada no ambiente escolar e as contribuições da série Sex Education. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, v. 24, n. esp3, p. 1780–1792, 2020. DOI: 10.22633/rpge.v24iesp3.14276. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/rpge/article/view/14276. Acesso em: 6 out. 2022.

NEGRÃO , F. C.; RAMOS, E. S. Homossexualidade e repressão religiosa: reflexões sobre sexualidade a partir do filme orações para bobby. Revista de Estudos Interdisciplinares, [S. l.], v. 3, n. 4, p. 73–88, 2021. Disponível em: http://ceeinter.com.br/ojs3/index.php/revistadeestudosinterdisciplinar/article/view/253. Acesso em: 5 out. 2022.

ONU. Bullying e violência nas escolas: Nota informativa. Campanha Livres e Iguais. 2016. Disponível em: < https://www.unfe.org/wp-content/uploads/2017/05/Bullying-and-Violence-PT.pdf> Acesso em 12 ago 2021

PARAÍSO, Marlucy Alves. Fazer do caos uma estrela dançarina no currículo: invenção política com gênero e sexualidade em tempos do slogan “ideologia de gênero”. In: PARAISO, Marlucy Alves; CALDEIRA, Maria Carolina da Silva (orgs.). Pesquisas sobre currículos, gêneros e sexualidades. 2. ed. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2021.

REIS, Toni; CAZAL, Simón. Manual de educação LGBTI+ [livro eletrônico] / organização Toni Reis, Simón Cazal. -- Curitiba, PR: IBDSEX, 2021.

ROCHA, J. Damião T. Bom dia a Tod@s, TodEs, TodXs: o uso de pronomes neutros (não-binários) e a desconstrução da linguagem sexista, machista, misógina, transfóbica. ANDPed, 18 dez. 2020. Disponível em: https://anped.org.br/news/bom-dia-tods-todes-todxs-o-uso-de-pronomes-neutros-nao-binarios-e-desconstrucao-da-linguagem. Acesso em: 01 mar. 2022.

ROCHA, J. Damião T. Justiça curricular em tempos supremacista, moralista conservador. In: Rafael Ferreira de Souza Honorato & Edilene da Silva Santos. (Org.). Políticas curriculares (inter)nacionais e seus (trans)bordamentos. 1. ed.Rio de Janeiro: Ayvu, 2021, v. 1, p. 175-185.

ROCHA, J. Damião T. Minorias sociais nortistas amazônidas: as monas, as pretas, as “gayas” as manas no/do tocantins. In: ANAIS X Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Étnico-Racial e de Gênero, 2021, Online. X CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIVERSIDADE SEXUAL, ÉTNICO-RACIAL E DE GÊNERO. Mato-Grosso: CINABEH, 2021. v. 1. p. 10-15.

ROCHA, José Damião Trindade; COELHO, Marcos Irondes; FERNANDES, Alexandre Araripe. Experiências de/com uma "pessoa T" indígena entre-gêneros do/no cotidiano tocantinense. Revista Teias, [S.l.], v. 21, n. 61, p. 117-127, maio 2020. ISSN 1982-0305. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/49500>. Acesso em: 04 jan. 2023.

SILVA, Jardinélio Reis da. Professor gay e professora lésbica: um estudo sobre homofobia na docência. Dissertação (Mestrado). 171 f. Universidade do Estado do Pará, Belém, 2019. Disponível em: https://ccse.uepa.br/ppged/wp-content/uploads/dissertacoes/14/Jardinelio_Reis_da_Silva.pdf. Acesso em: 04 out. 2022.

SILVA, Juliana Collares da. MARASCHIN, André de Azambuja. FUNARI, Catiúcia Anselmo. MELLO, Elena Maria Billig. JUNQUEIRA, Sônia Maria da Silva. Gênero e sexualidade na BNCC: uma análise sob a perspectiva freireana. Revista Diversidade e Educação, v.8, n. 2, p.152-176,Jul/Dez, 2020.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução as teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.

SIQUEIRA, Dirceu Pereira; MACHADO, Robson Aparecido. A Proteção dos Direitos Humanos LGBT e os Princípios Consagrados Contra a Discriminação Atentatória. Revista Direitos Humanos e Democracia, Editora Unijuí, ano 6, n. 11, p. 167-201, jan./jun. 2018. Disponível em: https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/direitoshumanosedemocracia/article/view/6814. Acesso em: 30 set. 2022.

SOUZA, Mayanne Adriane Cardoso de. Transgeneridades e Heteronormatividade na Escola: tensões, desafios e possibilidades presentes nas relações pedagógicas. Dissertação (Mestrado). 216 f. Universidade do Estado do Pará, Belém, 2019. Disponível em: <https://ccse.uepa.br/ppged/wp-content/uploads/2020/01/mayanne_adriane_cardoso_de_souza.pdf>. Acesso em: 04 out. 2022.

SOUZA JUNIOR, Paulo Roberto. A questão de gênero, sexualidade e orientação sexual na atual base nacional comum curricular (BNCC) e o movimento LGBTTQIS. Revista de Gênero, Sexualidade e Direito, Salvador, v. 4, n. 1, p. 1 – 21, Jan/Jun. 2018.

VILELA, Rita Amélia Teixeira. A pesquisa empírica da sala de aula na perspectiva da teoria crítica: aportes metodológicos da Hermenêutica Objetiva de Ulrich Oevermann. Teoria Crítica e crises: reflexões sobre cultura, estética e educação. São Paulo: Autores Associados, p. 1-22, 2012.

WELLER, Wivian. Aportes hermenêuticos no desenvolvimento de metodologias qualitativas. Linhas Críticas, v. 16, n. 31, p. 287-304, 2010.

YANNOULAS, Silvia; AFONSO, Sophia; PINELLI, Lais. Propuestas político-pedagógicas neoconservadoras: falacias de la “ideología de género” y del movimiento “escuela sin partido”. Debate Público: Reflexión de Trabajo Social, ano 11, n. 21, p.65 – 81, jul. 2021.

ZABALA, Antoni. A prática Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Downloads

Publicado

15-03-2023

Como Citar

ROCHA, J. D. T.; BASSALO, L. de M. B.; SILVA, J. R. da. POR UM CURRÍCULO PARAENSE OUTRO QUE FAÇA JUSTIÇA CURRICULAR. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 1–19, 2023. DOI: 10.15687/rec.v16i1.65425. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/rec/article/view/65425. Acesso em: 18 nov. 2024.