CURRÍCULO EM TEMPOS DE ESCOLA SEM PARTIDO: hegemonia disfarçada de neutralidade

Autores

  • Graça Regina Franco da Silva Reis Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Marina Santos Nunes de Campos Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Renata Lucia Baptista Flores Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.15687/rec.v9i2.29995

Resumo

O presente texto promove um diálogo entre o que intenta a Proposta de Lei Escola Sem Partido (que visa combater o que chama de doutrinação ideológica nas escolas e universidades) com as noções que vêm sendo tecidas pelo campo de estudos do currículo. Ao trazermos a compreensão dos currículos como criação cotidiana, dos professorxs e alunxs como autores dos seus processos de ensinoaprendizagem e da produção do conhecimento como tessitura em rede evidencia-se que um currículo neutro, não ideológico e apolítico é impraticável, assim como é impossível que os professorxs aprendam a separar seus valores morais, políticos e ideológicos dos conteúdos, pois nem mesmo os conteúdos escolares previstos nos currículos formais o são. Além da discussão epistemológica, são trazidas narrativas docentes como um recurso que nos ajuda a compreender a indissociabilidade entre as múltiplas dimensões (fazer/sentir/pensar) das quais está embebida a prática docente. Diante de tal impossibilidade percebemos que aqueles que promovem a ideia de uma escola neutra, ou possuem uma ingenuidade político-epistemológica ou, na verdade, maquiam um projeto de Escola de Um Único Partido: o hegemônico, que toma como verdade absoluta os conhecimentos validados pela alta cultura e, portanto, não relativiza o status quo. Concluímos que, em qualquer uma dessas possibilidades, devemos combater o projeto Escola Sem Partido assegurando o respeito mútuo e a expressão efetiva do direito à diferença nas nossas políticas curriculares educacionais, pois lecionar por um projeto de cidadania não pode ser crime!

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Biografia do Autor

Graça Regina Franco da Silva Reis, Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora e Mestre em Educação pelo ProPED/UERJ. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. É professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: curriculo, cotidiano escolar, formação de professores e pesquisa (auto)biográfica. É coordenadora do projeto de pesquisa e extensão "Conversas entre professorXs: alteridades e singularidades" no CAp/UFRJ.

Marina Santos Nunes de Campos, Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Mestre em Educação pelo PROPED- Programa de pós graduação em Educação da UERJ e Professora Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Renata Lucia Baptista Flores, Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

Professora do quadro efetivo do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro - CAp/UFRJ. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1998). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - ProPED/UERJ - (2011). Coordenadora do Curso de Extensão Conversas entre Professores das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, que ocorre no CAp/UFRJ. Membro integrante do Coletivo de Estudos em Marxismo e Educação - COLEMARX - da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Co-coordenadora do Grupo de Pesquisa ConPAS - Conversas entre Professores: Alteridades e Singularidades. Representante eleita do CAp/UFRJ no Conselho de Ensino de Graduação - CEG - da Universidade.

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Publicado

17-09-2016

Como Citar

REIS, G. R. F. da S.; CAMPOS, M. S. N. de; FLORES, R. L. B. CURRÍCULO EM TEMPOS DE ESCOLA SEM PARTIDO: hegemonia disfarçada de neutralidade. Revista Espaço do Currículo, [S. l.], v. 9, n. 2, 2016. DOI: 10.15687/rec.v9i2.29995. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/29995. Acesso em: 26 abr. 2024.