Discursos do eu: literatura e história nas escritas de si

Autores

  • Paulo Alberto da Silva Sales Universidade Federal de Goiás Instituto Federal Goiano https://orcid.org/0000-0001-9980-2561
  • Rogério Chaves da Silva Instituto Federal Goiano

Palavras-chave:

Literatura, História, Escritas de si, Autobiografia, Biografia

Resumo

Este artigo consiste em uma reflexão sobre as formas discursivas sobre as quais são constituídas as escritas de si, sobretudo a escrita autobiográfica e a biográfica. Considerando-as como gêneros confessionais prenhes de um desejo memorialístico, buscamos problematizar determinadas singularidades desses registros sobre a experiência humana no(do) tempo, sejam de caráter “real” e/ou “ficcional”, pensando-os na intersecção entre a literatura (como meio de refletir sobre aspectos da vida por meio da criação de heterocosmos) e a história (como pensamento e consciência da experiência humana do tempo e como relato, científico ou não, sobre a vida humana no tempo).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paulo Alberto da Silva Sales, Universidade Federal de Goiás Instituto Federal Goiano

Doutor em Letras e Linguística - Estudos Literários - Universidade Federal de Goiás. Possui Estágio Pós-Doutoral em Estudos Literários também pela Universidade Federal de Goiás. Docente na área de Linguagens (Língua Portuguesa e Literaturas) no  Instituto Federal Goiano Campus Hidrolândia. Docente no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI) da Universidade Estadual de Goiás, Campus Cora Coralina. Possui publicações na área de literatura brasileira, literatura portuguesa, teoria literária, ensino de literatura, literatura e história e hibridismo de gêneros na narrativa contemporânea.

Rogério Chaves da Silva, Instituto Federal Goiano

Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás. Docente do Instituto Federal Goiano Campus Hidrolândia.

Referências

ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Globo, 2008.

ARTIÈRES, Philippe. Arquivar a própria vida. Estudos históricos. Rio de Janeiro, CPDOC/FGV, p. 11-20, 1998.

BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais. Tradução Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Hucitec, 2010a.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2010b.

BARTHES, Roland. Roland Barthes por Roland Barthes. Tradução Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Estação Liberdade, 2003.

BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In: FERREIRA, Marieta de M.; AMADO, Janaína. (Org.). Usos e abusos da História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 1996, p. 183-191.

COSTA LIMA, Luiz. História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

COSTA LIMA, Luiz. O controle do imaginário e a afirmação do romance: Dom Quixote, As relações perigosas, Moll Flanders, Tristram Shandy. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

CUNHA, Maria T. Diários Pessoais: Territórios Abertos para a História. In: PINSKY, Carla B.; DE LUCA, Tania R. (Org.). O historiador e suas fontes. São Paulo: Ed. Contexto, 2009, p. 251-279.

DELEUZE, Gilles. A lógica do sentido. Tradução Luiz Roberto Salinas Fortes. São Paulo: Perspectiva, 2011.

FARIA, Andréa. Lúcia Miguel Pereira e a renovação da escrita biográfica no Brasil. In: RANGEL, Marcelo; PEREIRA, Mateus; ARAUJO, Valdeni. (Orgs.). Caderno de resumos & anais do 6º Seminário Brasileiro de História da Historiografia – o giro-linguístico e a historiografia: balanço e perspectivas. Ouro Preto: EdUFOP, 2012, 190-201.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: Ditos e escritos V: Ética, sexualidade, política. Tradução Elisa Monteiro e Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012, 144-162.

GAY, Peter. O traço comum. In: O coração desvelado: a experiência burguesa da Rainha Vitória à Freud. São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 337-376.

GOTLIB, Nádia Battella. Clarice: uma vida que se conta. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva e Guaracira Lopes Louro. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

LEJEUNE, Phillipe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Tradução Jovita Maria Gerheim Noronha. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

LÉVI, Giovanni. Usos da biografia. In: FERREIRA, Marieta; AMADO, Janaína. (Org.). Usos e abusos da História oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1996, p. 183-191.

MORAES, Dênis de. O velho Graça: uma biografia de Graciliano Ramos. São Paulo: Boitempo, 2012.

PAES, José. Sterne ou o horror à linha reta. In: STERNE, Laurence. A vida e opiniões do cavalheiro Tristram Shandy. Tradução José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 7-38.

PEREIRA, Lúcia Miguel. Machado de Assis: um estudo crítico e biográfico. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.

PERRONE-MOYSÉS, Leyla. O novo romance francês. São Paulo: S.A., 1966.

PIGLIA, Ricardo. O último leitor. Tradução Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

PIZA, Daniel. Machado de Assis: um gênio brasileiro. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008.

REVEL, Jacques. A biografia como problema historiográfico. In: História e historiografia: exercícios críticos. Curitiba: Editora UFPR, 2010, p. 235-264.

RÜSEN, Jörn. Razão Histórica – Teoria da história I: os fundamentos da ciência histórica. Tradução Estevão de Rezende Martins. Brasília: Ed. UnB, 2001.

SALES, Paulo. A dicção histórico-biográfica das narrativas de Silviano Santiago. IV Sinalel (Simpósio Nacional de Letras e Linguística), Catalão (Goiás), 1006-1018, 2015. Disponível em: <https://suap.ifgoiano.edu.br/media/atividade_docente/anexo/ANAIS_SINALEL.pdf?>. Último acesso em: 03 dez. 2020.

SALES, Paulo. Sob o signo da escritura: ficção-crítica, biografia e história em Haroldo Maranhão. 223 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística – Estudos Literários) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2014.

SCHMIDT, Benito Bisso. História e Biografia. In: CARDOSO, Ciro F.; VAINFAS, Ronaldo (Org.). Novos Domínios da História. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012, p. 187-206.

STERNE, Laurence. Vida e opiniões do cavalheiro Tristram Shandy. Tradução José Paulo Paes. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Downloads

Publicado

17.12.2020