Onde muitos governam não governa nenhum

favoritos, privados, validos e ministros na primeira modernidade

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47.63738

Palabras clave:

Soberania, Favoritos, Privados, Validos, Ministros

Resumen

O presente artigo se propõe a realizar um breve levantamento historiográfico sobre os favoritos, privados, validos e ministros, personagens que, ao longo da primeira modernidade, compartilharam com os reis a governabilidade, interferindo, em escalas diferentes de importância, nos mais variados assuntos das monarquias: da gestão cotidiana dos negócios às decisões da grande política. Deste modo, compreenderemos o prestígio conquistado por esses atores como parte de um fenômeno político novo, próprio da estrutura política do Antigo Regime europeu. Para tanto, além da historiografia que se debruçou sobre o tema nas últimas décadas, utilizaremos textos impressos e manuscritos nos quais o favoritismo e o valimento foram abordados. Parte dessas fontes, produzidas entre os séculos XVI e XVIII, são avisos ou tratados políticos, onde não apenas a soberania do monarca é discutida, mas também os benefícios e prejuízos de se partilhar o poder decisório da realeza com outros atores políticos.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Bruno Kawai Souto Maior de Melo, Universidade Federal de Pernambuco

Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor adjunto do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco.

Citas

Fontes

Biblioteca Nacional de España (BNE), Discurso del perfecto privado [Manuscrito] / escribiole el Padre Maestro Fray Pedro Maldonado, de la Orden de San Agustín, confesor del Duque de Lerma (O.S.A.). Cota. Mss/6778.

Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), Elogio Histórico, panegyrico, encomiástico e fúnebre as saudosas memorias do emientiss. e reverendiss. Senhor D. João da Mota, e Sylva; cardeal presbytero da Santa Igreja Romana, e primeiro-ministro universal da Coroa Portugueza. Lisboa: na officina de Pedro Alvares da Sylva, 1748. Cota H.G. 26355//5 P.

Biblioteca Nacional do Brasil (BN), Cartas do Padre Antônio Vieira ao Exmo. Conde de Castello Melhor [Livro]. Cota. I-15,02,037 (Manuscritos).

Musée des archives Nationales (MAN), Traité des Pyrénées conclu le 7 novembre 1659 entre la France et l'Espagne signé par les deux premiers ministres Mazarin et Luis Mendez de Haro et suivi des copies des lettres de créances et des pouvoirs accordés aux deux hommes. Ce traité met fin à la guerre entre l'Espagne et la France qui durait depuis 24 ans. Cota AE/III/45/a. Disponível em: http://www2.culture.gouv.fr/Wave/image/archim/Pages/06386.htm.

Referências

ATAÍDE, Tristão da Cunha de. Portugal, Lisboa e a Corte nos Reinados de D. Pedro II e D. João V: memórias históricas de Tristão da Cunha de Ataíde 1º Conde de Povolide. Lisboa: Fundação da Cidade de Lisboa, 1990.

BÉRENGER, Jean. Pour une enquête européenne: le problème du ministériat au XVIIIe siècle. In: Annales. Economies, sociétés, civilisations. 29ᵉ année, n. 1, p. 166-192, 1974. DOI: https://doi.org/10.3406/ahess.1974.293461

BICALHO, Maria Fernanda; COSTA, André. O Conselho Ultramarino e a emergência do Secretário de Estado na comunicação política entre o reino e suas conquistas”. In: FRAGOSO, J. & MONTEIRO, N. (orgs.). Um reino e suas repúblicas no Atlântico: comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola nos séculos XVII e XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017, p. 145-154.

BLUTEAU, Rafael. Vocabulario portuguez, e latino, aulico, anatomico, architectonico, bellico, botanico autorizado com exemplos dos melhores escritores portuguezes, e latinos. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus: Lisboa, Officina de Pascoal da Sylva, 1712-1728. 8 v; 2 Suplementos.

CAMARINHAS, Nuno. Memorial dos Ministros. Lisboa/São Paulo: Biblioteca Nacional de Portugal/Colégio permanente de diretores de Escolas Estaduais da Magistraturas, 2017.

CAMPBEL, Peter R. Power and Politics in Old Regime France (1720-1745). Nova York: Routledge, 2003. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203413692

CARDIM, Pedro. Cortes e cultura política no Portugal do Antigo Regime. Lisboa: edições Cosmos, 1998.

CHAVES, Castelo Branco. O Portugal de D. João V visto por três forasteiros. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1989.

CORDÓN, Maria Victoria López. Administración y política en el siglo XVIII: las Secretarias del despacho. Chronica Nova, n. 22, p. 185-209, 1995.

ELIAS, Norbert. A Sociedade de Corte. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

ELLIOTT, John. Richelieu y Olivares. Barcelona: Crítica, 2002.

ELLIOTT, John; BROCKLISS, Laurence. El Mundo de los Validos. Madrid: Taurus, 1999.

ELLIOTT, John. An Europe of composite monarchies. Past & Present, n. 137, p. 48-71, 1992. DOI: https://doi.org/10.1093/past/137.1.48

FAJARDO, D. Diego de Saavedra. Idea de un príncipe político Christiano, representada en cien empresas. Impresso en casa de Jeronymo y Ivan Bapt. Verdussen, 1655.

FLORES, Adolfo Hamer. De Austrias a Borbones. La Secretaría del Despacho Universal en la sucesión a la Monarquía Hispánica. In. ARES, José Manuel de Bernardo (org.). La sucesión de la Monarquía Hispánica 1665-1725. Madrid: Sílex, 2009.

GARCÍA, Bernardo José. Los validos. Akal: Madrid, 1997.

HESPANHA, Antônio Manuel. As Vésperas do Leviathan: instituição e poder político em Portugal – séc. XVII. Coimbra: Almedina, 1994.

LISBOA, João Luís; MIRANDA, Tiago C. P. dos Reis; OLIVAL, Fernanda. Gazetas Manuscritas da Biblioteca Pública de Évora. Vol. 1 (1729-1731). Lisboa: Edições Colibri, 2002. DOI: https://doi.org/10.4000/books.cidehus.3083

LÓPES, José Antônio Escudeiro. Privados, validos y primeiros ministros en la monarquía española del antiguo régimen. Anales de la Real Academia de jurisprudencia y legislación, n. 39, p. 665-680, 2009.

MALVEZZI, Marchese Virgillio Il Ritratto del privato politico christiano, Estratto dall'originale d'alcune attioni del conte duca di S. Lucar, E scritto alla Cattolica Maestà di Filippo IIII. il Grande, 1635.

MARAVALL, José Antônio. Teoria Espanõla del estado en siglo XVII. Madrid: Instituto de estúdios políticos, 1944.

MENEZES, D. Luíz. História de Portugal Restaurado. Lisboa: oficina dos herdeiros de Antônio Pedrozo Galram, 1751.

MOMIGLIANO, Arnoldo. As Raízes Clássicas da Historiografia Moderna. São Paulo: EDUSC, 2004.

MONTEIRO, Nuno Gonçalo F. Identificação da Política Setecentista. Notas Sobre Portugal no Início do Período Joanino. Análise Social, vol. 35, n. 157, p. 961-987, 2001.

MONTEIRO, Nuno Gonçalo. D. José I. Lisboa: Temas e Debates, 2008.

OESTREICH, Gerhard. Problemas estruturais do absolutismo europeu. In. HESPANHA, Antônio Manuel (org.). Poder e instituições na Europa do Antigo Regime. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984, p. 179-200.

OLIVEIRA, Ricardo de. Entre reis e rainhas: valimentos, favoritismos e disputas políticas na Europa do século XVII. Dimensões, vol. 26, p. 216-238, 2011.

SILVA, Abílio Diniz. Testamento Político de D. Luís da Cunha. Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2013.

SOUSA, Antônio Caetano de. Memórias Históricas e Genealógicas dos Grandes de Portugal. Lisboa: na Régia Oficina Silvyana e da Academia Real, 1755.

SUBTIL, José. Pombal e o Rei: valimento ou governamentalização? Ler História, n. 60, p. 53-69, 2011. DOI: https://doi.org/10.4000/lerhistoria.1472

SUBTIL, José. Os Poderes do Centro. In. HESPANHA, Antônio Manuel (org.). História de Portugal: O antigo regime (1620-1807). Lisboa: Estampa, 1993, p. 239-256.

THUAU, Etienne. Raison d’etat et pensée politique à l’époque de Richelieu. Paris: Albin Michel, 2000.

VILLARI, Rosario. Politica barocca: inquietudini, mutuamento e prudenza. Roma: Editore Laterza, 2010.

VILLENGAS, D. Francisco de Quevedo. Política de Dios, Gobierno de Cristo. Madri: Imprensa de Tejalo, 1868 (1626).

XAVIER, Ângela Barreto; HESPANHA, António Manuel. A Representação da Sociedade e do Poder. In: HESPANHA, Antônio Manuel (org.). História de Portugal: O Antigo Regime (1620-1807). Lisboa: Estampa, 1993, p. 120-155.

Publicado

2023-02-25

Cómo citar

MELO, B. K. S. M. de. Onde muitos governam não governa nenhum: favoritos, privados, validos e ministros na primeira modernidade . Saeculum, [S. l.], v. 27, n. 47 (jul./dez.), p. 66–77, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47.63738. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/63738. Acesso em: 21 dic. 2024.