A vida é um zoológico: uma leitura comparada de the Zoo story, de Edward Albee, e “O búfalo”, de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1516-1536.2022v24n3.64278Palavras-chave:
Animalidade, Zoológico, Olhar, Clarice Lispector, Edward AlbeeResumo
O presente artigo tem como objetivo analisar, de forma comparada, a peça The zoo story, de Edward Albee (1959), e o conto “O búfalo”, de Clarice Lispector (1960). Para isso, será analisada, a partir dos Estudos dos Animais (DERRIDA, 2002; MACIEL, 2008, 2011; BRAVO, 2011; SILVA, 2020; HARAWAY, 2021), a maneira como o zoológico é apresentado em cada texto, considerando a presença virtual na peça e a factual no conto e o histórico da construção desse espaço, entre o controle e a preservação. Também perscrutaremos a relação interespecífica – espelhada e complementar – entre a animalidade e a humanidade na construção das personagens, tendo em vista que em cada texto há um diálogo distinto entre os humanos e animais não humanos pela via do olhar; assim como a maneira como a ficção é apresentação enquanto uma forma de especulação bioperspectiva, de modo que permite aos leitores repensarem a sua condição de animal e desfazer o especismo construído no pensamento ocidental. A partir da análise, será defendida a tese de que o zoológico pode ser lido, na verdade, como metáfora para a vida, já que, em ambos os textos, há controle social pelas vias das relações de poder e inversão entre animais e humanos por via do olhar, isto é, da empatia.
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