Marguerite Duras e a autoficção construída pela reescritura

Auteurs

Mots-clés :

Marguerite Duras, Autoficção, Literatura, Século XX

Résumé

Ao longo das últimas décadas, diversos estudos acadêmicos dedicaram-se a refletir sobre os aspectos autobiográficos da obra de Marguerite Duras, particularmente de O amante que, desde a sua publicação, em 1984, tem recebido diferentes rótulos, como autobiografia, romance autobiográfico e autoficção. Entendemos que os possíveis aspectos autobiográficos do romance não podem ser analisados isoladamente. No percurso de escrita de Marguerite Duras, os textos remetem uns aos outros, em um processo singular de intertextualidade do qual emerge a figura de um eu comum ao conjunto desses textos. Pensar, portanto, em escrita de si ou em autoficção na obra de Duras faz sentido quando se considera o processo de reescritura, tão característico da produção da autora. No presente artigo, a partir do suporte de teóricos da autobiografia e da autoficção, temos por objetivo analisar a construção desse sujeito que diz eu no universo ficcional durassiano, construído pela reescritura que permite interpretar como autoficção a relação entre os textos e não um texto isolado.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Andréa Correa Paraiso Müller, Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Doutora em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e mestre em Estudos Literários pela Unesp. Professora de Língua e Literatura Francesas na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da mesma instituição.

Références

ARMEL, Aliette. Marguerite Duras et l’autobiographie. Paris: Le Castor Astral, 1996.

AYER, Maurício. Marguerite Duras: o cinema como ato político. In: AYER, Maurício;

KUNTZ, Maria Cristina Viana (orgs.). Olhares sobre Marguerite Duras. São Paulo: Publisher Brasil, 2014, p. 7-15.

DOUBROVSKY, Serge. Fils. Paris: Galilée, 1977.

DOUBROVSKY, Serge. O último eu. In: NORONHA, Jovita Maria Gerheim (org.). Ensaios sobre a autoficção. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014, p. 111-125.

DURAS, Marguerite. Un barrage contre le Pacifique. Paris: Gallimard, 1950.

DURAS, Marguerite. Barragem contra o Pacífico. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Arx, 2003.

DURAS, Marguerite. L’Éden cinéma. Paris: Mercure de France, 1977.

DURAS, Marguerite. L’amant. Paris: Éditions de Minuit, 1984.

DURAS, Marguerite. L’amant de la Chine du Nord. Paris: Gallimard, 1991.

DURAS, Marguerite. Écrire. Paris: Gallimard, 1993.

DURAS, Marguerite. C’est tout. Paris: Gallimard, 1995.

DURAS, Marguerite. O amante. Trad. Denise Bottmann. São Paulo: Cosac Naify, 2012.

FAEDRICH, Anna. O conceito de autoficção: demarcações a partir da literatura brasileira. Itinerários, Araraquara, n. 40, p. 45-60, jan./jun. 2015.

GASPARINI, Philippe. Autoficção é o nome de quê? In: NORONHA, Jovita Maria Gerheim (org.). Ensaios sobre a autoficção. Trad. Jovita Maria Gerheim Noronha e Maria Inês Coimbra Guedes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014, p. 181-221.

LEJEUNE, Philippe. Le pacte autobiographique. Paris: Seuil, 1975.

PERRONE-MOISÉS, Leyla. « O amante » foi o livro de maior sucesso. Folha de São Paulo, São Paulo, 4 mar. 1996, Ilustrada, p. 4.

PINTHON, Monique. Marguerite Duras et l’autobiographie : le pacte de vérité en question. Relief, Nimegue, v. 1, n. 3, p. 30-42, 2009.

Téléchargements

Publiée

2020-01-30