FILOSOFIA BRASILEIRA E SEUS ENTRAVES:
UM ESTUDO DE CASO A PARTIR DO PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE FILOSOFIA DA UEPB
DOI:
https://doi.org/10.7443/problemata.v13i2.61150Palavras-chave:
Filosofia Nacional, Descolonialidade, Ensino de Filosofia, Filosofia Latino-AmericanaResumo
O presente texto objetiva fazer uma aproximação das possibilidades da quebra da dependência filosófica eurocêntrica e o estímulo e valorização do pensamento nacional. Para isso, pretendo, a partir do Projeto Pedagógico de Curso de Filosofia – PPCF da Universidade Estadual da Paraíba - UEPB, apresentar as possibilidades de filosofar dentro de um cenário local, bem como sob uma perspectiva para um filosofar em contexto nacional. Ao longo do tempo, as universidades brasileiras contribuíram para a formação de profissionais replicadores do pensamento exótico (mimetismo filosófico), não nacional, o que priorizou a construção de excelentes intérpretes e comentadores especializados. Todavia, a falta de estímulo e valorização do pensamento autônomo consolidou um ciclo vicioso em que o professor intérprete forma outro, no entanto, aquele que será um bom comentador no futuro, sem espaço para uma filosofia independente e voltada para a realidade brasileira. Para a valorização e estímulo de novos pensadores nacionais, é de extrema importância, primeiramente, o resgate histórico da filosofia brasileira (valorizar o legado nacional), mostrando limitações impostas a esses pensadores, bem como os preconceitos sofridos pelo pensamento colonizado. Além disso, precisamos, de um conceito de filosofia mais flexível, que dê conta de toda a pluriversidade imbuída nesse próprio conceito, ou seja, entender e reconhecer que todas as perspectivas devem ser válidas e apontar como equívoco, o privilégio de apenas um ponto de vista. Por fim, devemos promover uma quebra dessas amarras epistemológicas eurocêntricas pela via descolonial, a qual ainda opera na contemporaneidade, seguindo os ditames do padrão mundial de poder.
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