A Terra dos Mil Povos: História Indígena do Brasil Contada por um Índio: A tradução etnolinguística como estratégia discursiva pós-colonial
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.15580813Palavras-chave:
Pós-Colonialismo. Tradução. Povos Indígenas. História Brasileira.Resumo
O pós-colonialismo é um movimento disruptivo que visa compreender os efeitos da instauração do colonialismo e, ao mesmo tempo, propor uma nova análise das consequências vivenciadas pelos povos colonizados após o domínio da população aborígene e a formalização da ocupação territorial. Adotando esta perspectiva, este artigo realiza um estudo do livro A terra dos mil povos: história indígena do Brasil contada por um índio, de Jecupé (2020). A análise foi feita com objetivo de expor novos pontos de vista sobre a narrativa oficial do “descobrimento do Brasil”, até então contada sob a perspectiva eurocêntrica e, concomitantemente, demonstrar como uma obra com tradução etnolinguística contribui para a desconstrução do pensamento hegemônico europeu. Para isso, este estudo baseia-se no proposto por escritores pós-colonialistas como Spivak (2010), Mbembe (2018), Munduruku (2012), Krenak (2020) e Jecupé (2020) e inclui observações feitas por outros estudiosos como Quijano (2005), Lander (2005), Mignolo (2019; 2020) e Bassnett (2002). A metodologia adotada é a pesquisa bibliográfica seguida de uma análise do livro supracitado, considerando as traduções das lexias de origem indígena feitas pelo próprio autor sob um viés intercultural e uma perspectiva anticolonial. Em seguida, este texto discorre sobre a ressignificação de alguns fatos históricos trazida por Jecupé (2020), na qual o propósito é dar voz aos povos indígenas que foram silenciados.
