DE “COITEIRA” A “CANGACEIRA”
O RECHAÇO AO NORDESTE BRASILEIRO REPRESENTADO POR DUAS PERSONAGENS FEMININAS DE RACHEL DE QUEIROZ
Palavras-chave:
Cangaço, Literatura e Sociedade, Cangaço e as Personagens Femininas de Rachel de QueirozResumo
O objetivo deste estudo é analisar como o cangaço desempenha um papel determinante no eixo narrativo em Dôra, Doralina, de Rachel de Queiroz, e como também o encontramos em Memorial de Maria Moura, da mesma autora. O cangaço, considerado banditismo social, ocorreu no Sertão nordestino brasileiro entre fins do século XIX e início do XX, tendo Lampião como figura máxima. Em Dôra, Doralina, os vestígios do cangaço são marcantes, principalmente em Belmiro, jagunço e fugitivo que, ao aparecer baleado e delirante na fazenda Soledade, passa a contar com o apoio de Maria das Dores, narradora, protagonista e herdeira de Soledade. Em Memorial de Maria Moura, a protagonista ingressa no cangaço para sobreviver a um universo patriarcal e conservador. Os eventos que a envolvem são determinantes para que ela, antes sinhazinha, torne-se liderança de um bando de jagunços. Comparando as obras, é possível inferir que Moura teve sua inserção no cangaço devido às injustiças sociais marcantes no contexto feminino à época, nessa região, enquanto com Belmiro, é a falta de perspectivas o preponderante. Partindo da relação Literatura e sociedade, observamos como Rachel de Queiroz utiliza suas memórias do cangaço, condição social que fez parte de seu tempo e espaço, para ficcionalizar.
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