Ciúme, exílio e poesia em Machado de Assis

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Palavras-chave:

Machado de Assis, Romance Brasileiro, Espaços Sociais, Literatura Comparada, Literatura Brasileira

Resumo

Segundo Silviano Santiago, a obra romanesca de Machado de Assis, em sua série cronológica, possui “certas estruturas primárias e primeiras [que] se desarticulam e se rearticulam sob a forma de estruturas diferentes, mais complexas e sofisticadas”. O estudo do ciúme enquanto expressão patriarcal na cultura brasileira é uma dessas estruturas que o crítico estudou para compreender o romance machadiano. O presente artigo busca levar adiante as formulações de Santiago, inserindo no debate questões como exílio, ciúme e espaço social como parte do repertório estrutural do romance machadiano. Para tanto, analisa episódios em que esses temas estão presentes em Helena (1876), A mão e a luva (1874) e, sobretudo, Dom Casmurro (1899).

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Biografia do Autor

Rogério Fernandes Santos, Universidade de São Paulo

Rogério Fernandes dos Santos é Doutor (2015) e Mestre (2010) em Letras pela Universidade de São Paulo. Atuou como professor de literaturas de língua portuguesa na Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE/UAST. Pós-doutor com pesquisa sobre a ficcionalização do processo narrativo nos romances machadianos Esaú e Jacó e Memorial de Aires pela Faculdade de Letras da UFG. Atua principalmente nos seguintes temas: Machado de Assis, formação do romance brasileiro, estética da recepção, literatura autorreflexiva, romance brasileiro contemporâneo e modernidade(s) em literaturas periféricas.

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Publicado

11.01.2020