Representação da Crise Ambiental em Não Verás País Nenhum (1981) e O Conto da Aia (1985)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47%20(jul./dez.).62736

Palavras-chave:

História e Literatura, Antropoceno, Não verás país nenhum, O Conto da Aia

Resumo

O contexto de produção e recepção dos romances distópicos Não Verás País Nenhum (1981) de Ignácio de Loyola Brandão e O Conto da Aia (1985) de Margaret Atwood é analisado neste trabalho com o objetivo de compreender como a degradação ambiental própria da sociedade industrial capitalista é representada nas obras. De forma herética, as obras são lidas como se fizessem parte do mesmo universo ficcional, tal leitura de justifica pela relação do enredo das obras com uma história global da degradação ambiental; e pelos elementos do contexto histórico que entrelaçam a produção das narrativas. Desta forma, apesar das obras analisadas serem produzidas e recebidas em espaços de experiencia diferentes, convergem para um mesmo horizonte de expectativa marcado pelas consequências da degradação ambiental em nível global.

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Biografia do Autor

Alfredo Ricardo Silva Lopes, Universidade Federal de Santa Catarina

Professor adjunto da Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui Graduação, Mestrado e Doutorado (com período do Programa do Doutorado Sanduíche no Exterior realizado no Rachel Carson Center/Ludwig-Maximilians-Universität München) em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Letras da UFMS. Realiza pesquisas na área de Ensino de História, Educação do Campo, História Ambiental, Crise Ambiental e Antropoceno. Membro do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação, Escola do Campo e Agroecologia (GECA-UFSC) e do Laboratório de Imigração, Migração e História Ambiental (LABIMHA - UFSC).

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Publicado

2023-02-25

Como Citar

LOPES, A. R. S. Representação da Crise Ambiental em Não Verás País Nenhum (1981) e O Conto da Aia (1985). Saeculum, [S. l.], v. 27, n. 47 (jul./dez.), p. 139–152, 2023. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2022v27n47 (jul./dez.).62736. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/62736. Acesso em: 28 mar. 2024.