CORPO E TECNOLOGIAS DIGITAIS: IMPLICAÇÕES DE GÊNERO NO FUTEBOL FEMININO
BODY AND DIGITAL TECHNOLOGIES: GENDER IMPLICATIONS IN FEMALE SOCCER
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2019v28n3.47693Palavras-chave:
Corpo, Pedagogias Culturais, Tecnologias digitais, Estudos Culturais, GêneroResumo
O futebol, assim como outras atividades físicas, foi culturalmente construído por meio de um binarismo que divide a sociedade em dois blocos: de um lado os homens e do outro as mulheres. Entre espaços socioculturais distintos, existem sujeitos que optam por borrar as fronteiras de uma lógica (vista como) coerente entre sexo-gênero e decidem [res]significar seus lugares de homens e mulheres fora dos padrões esquadrinhados pela cultura e pela sociedade. Diante disso, nosso objetivo é compreender como a inserção das mulheres nos jogos de futebol reverberam em discursos sexistas nas redes sociais. Metodologicamente, esta pesquisa inscreve-se como qualitativa, documental, com interface entre os Estudos de Gênero e Sexualidade[s] e o campo dos Estudos Culturais da Educação. Para este texto, escolhemos como ponto de partida para as análises o Facebook, entendendo-o como uma Pedagogia Cultural na constituição de atravessamentos de gênero e sexualidade que localizam-se nas imagens escolhidas e nos comentários dos/das internautas, fazendo das publicações sobre a Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019 espaços de sociabilidades e de educação em torno das possibilidades da vivência de gênero e/ou sexualidade[s] destes corpos - lidos como femininos - e que entram em campo fugindo das regras pré-definidas pela cultura.
Downloads
Referências
ANDRADE, Paula Deporte de; COSTA, Maria Vorraber. Usos e possibilidades do conceito de pedagogias culturais nas pesquisas em estudos culturais em educação. Textura, Canoas, v. 17, n. 34, p. 48-63, mai./ago. 2015.
CONNEL, Robert W; MESSERSCHIMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, jan./abr., 2013.
COSTA, Marisa Vorraber; ANDRADE, Paula Deporte de. Na produtiva confluência entre educação e comunicação, as pedagogias culturais contemporâneas. Perspectiva, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 843-862, maio/ago., 2015.
COSTA, Ana; BONFIM, Flavia. Um percurso sobre o falo na psicanálise: primazia, querela, significante e objeto a. Ágora, Rio de Janeiro, v. XVII n. 2 jul./dez., 2014 229-245.
DUNNING, Eric. “Figurando” o esporte moderno: algumas reflexões sobre esporte, violência e civilização com referência especial ao futebol. Revista de Ciências Sociais, Fortaleza, v. 42, n. 1, jan./jun., 2011, p. 11-26.
FÉLIX, Jeane. “Quer teclar?”: aprendizagens sobre juventudes e soropositividades através de bate-papos virtuais. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2012.
FONTANELLA, F. O que é um meme?: proposta para uma problemática da memesfera. In: SIMPÓSIO NACIONAL ABCIBER, 3, ESPM, São Paulo, 16-18 de novembro de 2009. Anais... São Paulo: ESPM, 2009.
GOELLNER, Silvana Vilodre. A produção cultural do corpo. In. LOURO, Guacira Lopes; FELIPE, Jane; GOELLNER, Silvana Vilodre (Orgs). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
______. Mulheres e futebol no Brasil: entre sombras e visibilidades. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.19, n.2, p.143-151, abr./jun. 2005.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. (Tradução de Tomaz Tadeu da Silva & Guacira Lopes Louro). 12 ed. Rio de Janeiro, Lamparina, 2019.
HIRATA, Helena; KERGOAT, Daniele. Novas configurações da divisão sexual do trabalho. Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 132, set./dez. 2007.
HORTA, Natália Botelho. O meme como linguagem da internet: uma perspectiva semiótica. 2015. 191 f. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Universidade de Brasília, Faculdade de Comunicação, Brasília, 2015.
LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de. (org). Tendências e impasses: O feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-24.
LOURO, Guacira Lopes. Corpo, escola e identidade. Educação & Realidade, v. 25, n. 2, p. 59-76, jul./dez., 2000.
______. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
MAGALHÃES, Lívia Gonçalves. Histórias do futebol. São Paulo: Arquivo Público do Estado, 2010. (Coleção Ensino & Memória, 1).
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. (Tradução de Maria Immacolata Vassallo de Lopes e Dafne Melo). São Paulo: Contexto, 2014.
MEYER, Dagmar Elisabeth Estermann. Teorias e políticas de gênero: fragmentos históricos e desafios atuais. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 57, n. 1, p. 13-18, 2004.
______. Gênero e educação: teoria e política. In: LOURO, Guacira Lopes; NECKEL, Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilodre (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003, p. 09-27.
MORÃO, Ludmila; MOREL, Marcia. As narrativas sobre o futebol feminino: o discurso da mídia impressa em campo. Revista Brasileira de Ciência do Esporte, Campinas, v.26, n.2, p.73-86, jan.2005.
SILVA, Elizabete Rodrigues da. A (in)visibilidade das mulheres no campo científico. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.30, p.133-148, jun.2008.
WOODWARD, Kathryn. Identidade e diferença: uma introdução teórica e conceitual. In: SILVA, Tomaz Tadeu da (org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos Estudos Culturais. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014. p. 7-72.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).