TÃO PERTO, TÃO LONGE: O ESPECTADOR DE CINEMA ILHADO NA PONTE

Autores

  • Fábio de Godoy Del Picchia Zanoni Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Hollywood, Cineclubes, Ser do Espectador, Mediador, Educação do olhar

Resumo

O presente artigo visa problematizar o consenso de o imperialismo do cinema estadunidense, por si só, poder explicar a contento a redução da produção de narrativas fílmicas não pautadas pelo mainstream hollywoodiano. Elegendo como interlocutor central as balizas teóricas e metodológicas de Michel Foucault, pretendo argumentar como os regimes de descrição inventados pelos cineclubes brasileiros e portugueses a partir da década de 1950 acerca da opacidade das consciências alienadas pela invasão de narrativas cinematográficas que obscureciam a transparência da relação do espectador consigo não representavam a plataforma de partida para a reconquista do domínio de si. Antes, eram a condição de possibilidade da disponibilização do ser do espectador para processos de intervenção de mediadores, uma forma de tutela que não foi confiada à constatação da incapacidade do espectador, mas à operações mais complexas, que envolviam, em larga medida, a construção de um modelo específico de educação do olhar.

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Biografia do Autor

Fábio de Godoy Del Picchia Zanoni, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Filosofia e em licenciatura pela Universidade de São Paulo (2009), mestrado em Estética pela Universidade Nova de Lisboa (2012) e doutorado em História da Educação pela Universidade de Lisboa (2015). Tem experiência na área de estética e história da educação, com especial interesse em Foucault e em outros trabalhos da mesma envergadura teórica aplicados à compreensão das relações entre educação, estética e política.

Publicado

2016-12-31

Como Citar

ZANONI, F. de G. D. P. TÃO PERTO, TÃO LONGE: O ESPECTADOR DE CINEMA ILHADO NA PONTE. Sæculum - Revista de História, [S. l.], n. 35, p. 25–45, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/28693. Acesso em: 22 dez. 2024.