UM MODO DE ESCREVER, UM MODO DE EDUCAR: CARTAS PORTUGUESAS OITOCENTISTAS
Abstract
O presente trabalho tem como objetivo dar visibilidade ao modo de escrever e de educar por meio das epístolas portuguesas Da Educação: cartas dirigidas a uma senhora ilustre encarregada da instituição de uma jovem princesa (1829), de Almeida Garrett, e Código do Bom-tom, ou, Regras da Civilidade e de Bem Viver no Século XIX (1845), de José Ignácio Roquette. Tais epístolas circularam no Brasil, divulgando ideias, conceitos e formas a respeito do modo de ser e de viver da época, no Século XIX, para uma diminuta elite, formada pela comunidade letrada, que, devido à sua histórica condição, detinha o controle absoluto de uma cultura erudita. Nas duas cartas portuguesas, o propósito dos autores era de instituir um modo de educar, porque eles queriam persuadir seus destinatários, fossem eles reais - a Corte portuguesa - ou ficcionais - a seguirem seus conselhos apresentados nas cartas. Então, quais as orientações para os destinatários das cartas? Qual o modelo de educação para meninos e meninas? Com efeito, o estudo da epistolografia consiste em compreender a mentalidade de uma época sobre a educação e a instrução pública portuguesa, cujas ideias presentes nas cartas circularam no Brasil oitocentista.
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