v. 24 n. 1 (2022): Tradução literária: história, teoria e crítica
O debate sobre tradução sempre esteve presente entre nós, remontando a Cícero (Sec I, a.C); entretanto, é a partir da segunda metade do século XX que a tradução desponta como campo disciplinar, tendo o artigo de James Holmes como um de seus marcos epistemológicos. Além da definição da Tradução como objeto de estudos, Holmes nomeou o campo emergente como Estudos da Tradução (Translation Studies), o que parece ter sido aceito pela comunidade acadêmica brasileira, embora o termo Tradutologia também seja utilizado, ainda que em menor escala. O mapeamento de Holmes foi expandido e contamos hoje com uma vasta produção acadêmica na área, tanto em termos teóricos quanto aplicados, o que levou Echeverri (2017) a apontar para um novo momento, denominado por ele como a metavirada, ou seja, um momento de introspecção em que a disciplina olha para si mesma por meio de mapeamentos e de reflexão como forma de avaliação e planejamento.
Os Estudos da Tradução, em especial os Estudos da Tradução Literária, que é o foco deste dossiê, encontraram solo fértil no Brasil e em outros países, e assim, este Dossiê abre espaço para pesquisas que buscam entender como a tradução de textos literários e os Estudos da Tradução Literária têm se organizado bem como aquelas que identificam as correntes críticas e teóricas da tradução literária, os agentes – sejam eles, pesquisadores, teóricos, tradutores, editores, agências de fomento – , as normas que regem a tradução literária bem como a circulação de obras literárias traduzidas. Enfim, reúnem-se mapeamentos que contribuem para a construção da história da tradução literária no Brasil (ou em outros países) a fim de orientar pesquisas e passos futuros.