REDES POLÍTICAS QUE INFLUENCIARAM A ELABORAÇÃO DA BNCC PARA O ENSINO MÉDIO
naturalização da filantropia e mercantilização do ensino público
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n1.57809Palavras-chave:
Políticas educacionais, BNCC, Ensino Médio, Formação inicial de professores, FilantropiaResumo
Este artigo tem o objetivo de investigar como as redes políticas influenciaram a elaboração, a aprovação e a atuação da BNCC para o Ensino Médio. A abordagem metodológica escolhida foi a qualitativa de cunho exploratório, e o método utilizado foi o estudo de caso (YIN, 2010). Os achados da pesquisa foram organizados considerando-se os dois primeiros contextos do ‘ciclo de políticas’ proposto por Stephen Ball (1994ª) e a técnica de análise de discurso crítico de Fairclough (2016). Considerando os resultados das análises, compreendemos que os contextos de elaboração, aprovação e efetivação da BNCC do Ensino Médio foram permeados por discursos neoliberais com forte apelo filantrópico e mercadológico, provenientes das agências nacionais e internacionais que utilizam mecanismos para manter sua atuação, como seminários e congressos anuais, em que se discute sobre as ações para a educação do país e as direcionam. Como consequência, depois de aprovada a BNCC, outras políticas estão sendo elaboradas com o intuito de direcionar a Formação Inicial e continuada de professores para a Educação Básica e os Projetos Pedagógicos dos cursos de licenciatura, cuja orientação é para considerar, a priori, as determinações dos documentos que vincularam diretamente a formação docente às exigências políticas neoliberais da BNCC, promovendo, inevitavelmente, uma concepção neotecnicista e empresarial no sistema de ensino público.
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