AS DANÇAS POPULARES NA PERSPECTIVA DE CURRÍCULOS ANTIRRACISTAS COM A EDUCAÇÃO INFANTIL
Palavras-chave:
Danças populares, Currículos antirracistas, Educação InfantilResumo
O presente ensaio aborda perspectivas de currículos antirracistas no contexto da Educação Infantil tendo as danças populares como meio para a materialização de suas ações. Em diálogo com autores e autoras que discutem currículos, epistemologias e perspectivas decoloniais, objetiva reunir reflexões sobre arranjos curriculares outros, que contemplem as diversidades e as diferenças culturais por meio das danças populares afro-brasileiras, que historicamente têm sido silenciadas ou tratadas de maneira caricata e superficial nas instituições escolares. Em termos metodológicos, foram selecionadas referências para interlocuções que abarcam a perspectiva de ancoragem (estudos decoloniais), os tópicos articulados (currículo, práticas antirracistas e danças), as bases legais vinculadas (no caso, ao ensino da história e da cultura afro-brasileira) e dados contextuais, no horizonte de combinar descrição, análises e proposições na composição de reflexões situadas no campo da Educação Infantil. Conclui que o investimento na formação de professoras e professores é crucial no apoio ao trabalho pedagógico com as danças populares, na ampliação da visão de currículos e na educação antirracista.
Downloads
Referências
BALDI, Neilla; MARQUES, Thaís; NASCIMENTO, Djenifer. Meia-volta na Ciranda: reflexões sobre decolonialidade na dança. Revista Interritórios, Caruaru, v. 5, n. 8, p. 110-120, jan./jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/interritorios/article/view/241594. Acesso em: 23 nov. 2022.
BARBOSA, Raquel Firmino M.; MARTINS, Rodrigo Lema Del Rio; MELLO, André da Silva. A Educação Infantil na base nacional comum curricular: avanços e retrocessos. Movimento-Revista de Educação, Niterói, ano 6, n. 10, p. 147-172, jan./jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.uff.br/revistamovimento/article/view/32667/18810. Acesso em: 23 nov. 2022.
BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. Introdução: decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. In: BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES Nelson; GROSFOGUEL, Ramón (org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018. p. 9-26.
BOLZAN, Érica; MARTINS, Rodrigo Lema Del Rio; MELLO, André da Silva. Usos e apropriações das danças populares na educação infantil de Vitória/ES. Revista Didática Sistêmica, [S. l.], v. 23, n. 1, p. 152-166, jan. 2022. DOI: 10.14295/rds.v23i1.12915.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em: 8 nov. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf. Acesso em: 8 nov. 2022.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 8 nov. 2022.
CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In: CANDAU, Vera Maria; MOREIRA, Antônio Flávio Barbosa (org.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2013, p. 13-37.
CANDAU, Vera Maria. Diferenças, educação intercultural e decolonialidade: temas insurgentes. Revista Espaço do Currículo (online), João Pessoa, v. 13, n. especial, p. 678-686, dez. 2020. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rec/article/view/54949/32178. Acesso em: 23 nov. 2022.
CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: Artes de fazer. Petrópolis: Vozes, 2014.
DINIZ, Irlla Karla dos Santos; DARIDO, Suraya Cristina. Blog educacional e o ensino das danças folclóricas nas aulas de educação física: aproximações a partir do currículo do estado de São Paulo. Movimento, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 701-716, jul./set. 2015. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/view/53073/35145. Acesso em: 23 nov. 2022.
FÁVERO, Rafaela Faria. Desafios e possibilidades para a mediação pedagógica com as danças populares no contexto da educação infantil. 2022. 176 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Programa de Pós-Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2022.
GOMES, Nilma Lino. Relações étnico-raciais, educação e descolonização dos currículos. Currículo sem Fronteiras, Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 98-109, jan./abr. 2012. Disponível em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss1articles/gomes.pdf. Acesso em: 23 nov. 2022.
GOMES, Nilma Lino. Raça e educação infantil: a procura de justiça. E-curriculum, São Paulo, v. 17, n. 3, p. 1015-1044, jul./set. 2019. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/curriculum/article/view/44232. Acesso em: 23 nov. 2022.
GOMES, Nilma Lino; SILVA, Paulo Vinícius Baptista da; BRITO, José Eustáquio de. Ações afirmativas de promoção da igualdade racial na educação: lutas, conquistas e desafios. Educação & Sociedade, Campinas, v. 42, n. 1, p. 1-14, jan. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/3PyCNZ5FhDNjjchnPBGKhJw/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 30 out. 2022.
IBGE – Instituto Brasileiro De Geografia E Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua. 2020. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101736_informativo.pdf. Acesso em: 31 out. 2022.
LANDER, Edgardo. Ciências sociais: saberes coloniais e eurocêntricos. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 21-53.
LOPES, Alice Casimiro; MACEDO, Elizabeth. Teorias de currículo. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
MARTINS, Giovani. Mitologia dos orixás africanos: história, cultura e religiosidade afro-brasileira. 1. ed. São Paulo: Ícone, 2018.
MATTOS, Ivanilde Guedes de; MONTEIRO, Pamela Tavares. Educação Física: corpos negros e insurgências epistêmicas. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Brasília, v. 43, n. 1, p. 1-7, jan./jun. 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbce/a/Vscw6CNHS7NBhR9hc55cYBh/. Acesso em: 23 nov. 2022.
MELLO, André da Silva et al. Por uma perspectiva pedagógica para a Educação Física com a educação infantil. Revista Humanidades e Inovação, Palmas, v. 7, n. 10, p. 326-342, abr. 2020. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/2868. Acesso em: 9 nov. 2022.
MUNANGA, Kabengele. Teoria social e relações raciais no Brasil contemporâneo. Cadernos Penesb, Niterói, v. 1, n. 12, p. 169-205, 2010. Disponível em: https://www.mprj.mp.br/documents/20184/172682/teoria_social_relacoes_sociais_brasil_contemporaneo.pdf. Acesso em: 27 out. 2022.
NASCIMENTO, Jairo Carvalho do; CASTRO, Maria Aparecida Dias. O currículo decolonial e o combate ao racismo epistêmico. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, v. 21, n. 00, p. 1-17, ago. 2021. DOI: 10.20396/rho.v21i00.8657131.
NEIRA, Marcos Garcia. O currículo cultural na Educação Física: pressupostos, princípios e orientações didáticas. Revista e-Curriculum, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 4-28, jan./mar. 2018. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/curriculum/article/view/27374/25065. Acesso em: 23 nov. 2022.
OLIVEIRA, Claudeney Licínio. O currículo na perspectiva decolonial: um estudo de caso em uma escola de Uruará, Pará, Brasil. 2018. 122 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2018.
OLIVEIRA, Fabiana de; ABRAMOWICZ, Anete. Infância, raça e “paparicação”. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 2, p. 209-226, ago. 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/j/edur/a/vg5K7QqcXTm9ZRfsW9WVgvj/?lang=pt. Acesso em: 23 nov. 2022.
PASSOS, Maria Clara Araújo dos. O currículo frente à insurgência decolonial: constituindo outros lugares de fala. Cadernos de Gênero e Tecnologia, Curitiba, v. 12, n. 39, p. 196-209, jan./jun. 2019. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt/article/view/9465. Acesso em: 23 nov. 2022.
PASSOS, Maria Clara Araújo dos; PINHEIRO, Bárbara Carine Soares. Do epistemicídio à insurgência: o currículo decolonial da Escola Afro-Brasileira Maria Felipa (2018-2020). Cadernos de Gênero e Diversidade, [S. l.], v. 7, n. 1, p. 118-135, jan./mar. 2021. DOI: 10.9771/cgd.v7i1.43442.
PAVAN, Ruth; TEDESCHI, Sirley Lizott. Currículo e (de)colonialidade: a potência decolonial em escolas com baixo IDEB. Série-Estudos, Campo Grande, v. 26, n. 57, p. 253-266, mai./ago. 2021. Disponível em: https://serieucdb.emnuvens.com.br/serie-estudos/article/view/1538/1147. Acesso em: 23 nov. 2022.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Buenos Aires: Conselho Latino-americano de Ciências Sociais – CLACSO, 2005. p. 107-130.
SANTANA, Juliana Santos de. Educação Afrocêntrica: um currículo decolonial e antirracista na educação infantil. Educação Sem Distância – Revista Eletrônica da Faculdade Unyleya, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 1-15, dez. 2020. Disponível em: https://educacaosemdistancia.unyleya.edu.br/esd/article/view/39/19. Acesso em: 23 nov. 2022.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007.
SANTOS, Boaventura de Sousa. O fim do império cognitivo: a afirmação das epistemologias do sul. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Almedina, 2020.
SBORQUIA, Silvia Pavesi; NEIRA, Marcos Garcia. As danças folclóricas e populares no currículo da Educação Física: possibilidades e desafios. Motrivivência, Florianópolis, ano XX, n. 31, p. 79-98, dez. 2008. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/2175-8042.2008n31p79/12957. Acesso em: 23 nov. 2022.
SILVA, Marcos Vinicius Marques; PORTELA, Edinólia Lima. O currículo como narrativa étnico-racial: implicações afrocentradas para a formação de professores. Revista Espaço do Currículo, v. 15, n. 1, p. 1-13, 2022. ISSN1983-1579. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2022v15n1.62557.
SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2021.
SODRÉ, Muniz. Pensar nagô. Petrópolis: Vozes, 2017.
TRINDADE. Azoilda Loretto da. Valores civilizatórios afro-brasileiros na educação infantil. Blog diversidade educação infantil. Revista Valores Afro-brasileiros na Educação, p. 30-36, 2005. Disponível em: https://reaju.files.wordpress.com/2018/07/valores-civilizatc3b3rios-afrobrasileiros-na-educac3a7c3a3o-infantil-azoilda-trindade.pdf. Acesso em: 13 set. 2022.
VITÓRIA. Diretrizes curriculares da Educação Infantil de Vitória/ES. Vitória: Prefeitura Municipal de Vitória, Secretaria Municipal de Educação, 2020. Acesso em: 8 nov. 2022. Disponível em: https://aprendevix.edu.vitoria.es.gov.br/documentos-municipais
WALSH, Catherine. Interculturalidade e decolonialidade do poder: um pensamento e posicionamento “outro” a partir da diferença colonial. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, v. 5, n. 1, p. 6-39, jan./jul. 2019. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/revistadireito/article/view/15002. Acesso em: 23 nov. 2022.
ZANDOMÍNEGUE, Bethânia Alves Costa; MELLO, André da Silva. A cultura popular nas aulas de educação física. Curitiba: Appris, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Espaço do Currículo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à Revista Espaço do Currículo (REC) e tê-lo aprovado, os autores concordam em ceder, sem remuneração, os seguintes direitos à Revista Espaço do Currículo: os direitos de primeira publicação e a permissão para que a REC redistribua esse artigo e seus metadados aos serviços de indexação e referência que seus editores julguem apropriados.