RODAS DE CONVERSAS EM PRISÕES

CIRCLES OF CONVERSATION ON PRISONS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-7003.2020v29n2.52394

Palavras-chave:

Rodas de Conversas, metodologia dialógica, educação nas prisões, pesquisa em prisões, contexto de privação de liberdade.

Resumo

Construído de forma compartilhada por duas pesquisadoras/educadoras com ações educativas e pesquisas ancoradas na perspectiva da Educação Popular, o presente artigo tem por objetivo contribuir no campo das metodologias dialógicas com discussões e reflexões sobre as Rodas de Conversas, aprofundando suas potencialidades em espaços prisionais. Sua constituição se dá primordialmente em três partes. Na primeira nos debruçamos numa fundamentação teórica das Rodas de Conversas. Posteriormente relatamos experiências e reflexões sobre o uso de tal metodologia em práticas relativas à pesquisa e docência. Por fim tecemos considerações sobre o uso desta metodologia participativa nas especificidades do contexto prisional.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Aline Campos, Universidade Federal do Tocantins

Graduada em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", campus de Rio Claro, e Mestre em Educação pelo Programa de Pós Graduação em Educação do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) - linha de pesquisa Práticas Sociais e Processos Educativos. Trabalhou na educação formal em escolas, unidades prisionais e na Fundação Casa, possuindo experiência em educação ambiental, educação de jovens e adultos em situação de privação de liberdade e educação popular. Atualmente é professora na Universidade Federal do Tocantins (UFT), líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação Popular: problematização do mundo como luta pela libertação e coordenadora de projetos de extensão, na área da educação e cultura, desenvolvidos em parceria com a Cadeia Pública de Tocantinópolis/TO.

Camila Simões Rosa, Universidade Federal de São Carlos

Doutora em Educação Programa de Pós Graduação em Educação do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Professora substituta no Departamento de teorias e práticas pedagógicas da Universidade Federal de São Carlos (DTPP/UFSCar).

Referências

AFONSO, Maria Lúcia Miranda; ABADE, Flávia Leme. Para reinventar as rodas. Belo Horizonte: Rede de Cidadania Mateus Afonso Medeiros (RECIMAM), 2008.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A educação popular na escola cidadão. Petrópolis, RJ: Petrópolis, 2002.

CAMPOS, Aline. Educação, escola e prisão: o “espaço de voz” de educandos do Centro de Ressocialização de Rio Claro/SP. 2015. 275 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2015.

DAVIS, Angela. Estarão as prisões obsoletas? 2ª ed. Rio de Janeiro: Difel, 2018.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia. Vol. 1, São Paulo: Editora 34, 1995.

FERRAÇO, Carlos Eduardo; ALVES, Nilda. Conversas em redes e pesquisas com os cotidianos: a força das multiplicidades, acasos encontros, experiências e amizades. In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.) Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018.

FIORI, Ernani Maria. Aprender a dizer a sua Palavra. In: FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. p. 10 e 11 (Prefácio).

FIORI, Ernani Maria. Conscientização e educação. Educação & Realidade, Porto Alegre: UFRGS, 11(1), 1986. p. 3 – 10.

FLEURI, Reinaldo Matias. Conversidade: diálogos entre universidade e movimentos sociais. João Pessoa: Editora do CCTA, 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/viewIssue/3068/334. Acesso em: 07 de maio de 2020.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 50ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.

GONÇALVES & SILVA, Petronilha Beatriz; BERNARDES, Nara Maria Guazzelli. Roda de conversas - Excelência acadêmica é a diversidade. Educação, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil vol. XXX, núm. 61, janeiro-março, p. 53-92, 2007. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/view/540. Acesso em: 07 de maio de 2020.

GUI, Roque Tadeu. Grupo focal em pesquisa qualitativa aplicada: intersubjetividade e construção de sentido. Revista rPOT, Santa Catarina, v. 03, n.01, p. 135-160, jan/jul 2003. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572003000100007. Acesso em: 07 de maio de 2020.

HOOKS, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. 2ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2007.

LARROSA, Jorge. Notas sobre a experiência e o saber de experiência. Revista brasileira de educação, n. 19, 2002, p. 20-28. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100003&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 07 de maio de 2020.

LARROSA, Jorge. Epílogo. A Arte da conversa. In: SKLIAR, Carlos. Pedagogia (improvável) da diferença: e se o outro não estivesse aí? Rio de Janeiro: D, P&A, 2003. p. 211 - 216.

MELLO, Roseli Rodrigues. Tertúlia Literária Dialógica: espaço de aprendizagem dialógico. Revista Contrapontos, v. 3, n. 3, p. 449-457, 2003. Disponível em: https://siaiweb06.univali.br/seer/index.php/rc/article/view/740. Acesso em: 07 de maio de 2020.

MOURA, Adriana Ferro; LIMA, Maria Glória. A reinvenção da roda: roda de conversa: um instrumento metodológico possível. Revista Temas em Educação, João Pessoa, v. 23, n.1, p.98 - 106, jan./jun. 2014. Disponível em: https://www.periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/18338. Acesso em: 07 de maio de 2020.

OLIVEIRA, Maria Waldenez; SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves; GONÇALVES JUNIOR, Luiz; MONTRONE, Aida Victoria Garcia; JOLY, Ilza Zenker Leme. Processos educativos em práticas sociais: reflexões teóricas e metodológicas sobre a pesquisa educacional em espaços sociais. In: OLIVEIRA, Maria Waldenez; SOUZA, Fabiana Rodrigues de (Org.). Processos educativos em práticas sociais: pesquisas em educação. São Carlos: EdUFSCar, p. 29 - 46, 2014.

RESSEL; Lúcia Beatriz; BECK, Carmem Lúcia Colomé; GUALDA, Dulce Maria Rosa; HOFFMANN, Izabel Cristina; SILVA, Rosângela Marion da; SEHNEM, Graciela Dutra. O uso do grupo focal em pesquisa qualitativa. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 17(4), p. 779-786, out-dez 2008. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0104-07072008000400021&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 07 de maio de 2020.

RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.). Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018a. 216p.

RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches. É possível a conversa como metodologia de pesquisa? In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.) Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018b. p. 163 – 180.

ROSA, Camila Simões. Mulheres negras e seus cabelos: um estudo sobre questões estéticas e identitárias. 2014. 147 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2014.

SALLA, Fernando. A pesquisa na prisão: labirintos. In: Prisões e punições: no Brasil contemporâneo. LOURENÇO, Luiz Claudio; GOMES, Geder Luiz Rocha. Salvador: EDUFBA, 2013. p.11 – 27.

SAMPAIO, Juliana; SANTOS, Gilney Costa; AGOSTINI, Marcia; SALVADOR, Anarita de Souza. Limites e potencialidades das rodas de conversa no cuidado em saúde: uma experiência com jovens no sertão pernambucano. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 18, p. 1299-1311, 2014. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-32832014000601299&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 07 de maio de 2020.

SAMPAIO, Carmen Sanches, RIBEIRO, Tiago; SOUZA, Rafael de. Conversa como metodologia de pesquisa: uma metodologia menor? In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.) Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018. p. 21 - 40.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. Novos estudos CEBRAP, n.79, São Paulo, p. 71- 94, Nov. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-33002007000300004. Acesso em: 07 de maio de 2020.

SERPA, André. Quem são os outros na/da avaliação? Caminhos possíveis para uma prática dialógica, 2010. 223 f. Tese (Doutorado em Educação): Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, 2010.

SERPA, André. Conversas: possibilidades de pesquisa com o cotidiano. In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.) Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018.

SKLIAR, Carlos. Elogio à conversa (em forma de convite à leitura). In: RIBEIRO, Tiago; SOUZA Rafael de.; SAMPAIO, Carmen Sanches (Org.) Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018. p.11 - 15.

STRECK, Danilo Romeu. Metodologias participativas de pesquisa e educação popular: reflexões sobre critérios de qualidade. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 20, p. 537-547, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-32832016000300537&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 07 de maio de 2020.

TACHINE, Amanda R.; BIRD, Eliza Yellow; CABRERA, Nolan L. Sharing circles: An Indigenous methodological approach for researching with groups of Indigenous peoples. International Review of Qualitative Research, v. 9, n. 3, p. 277-295, 2016.

WARSCHAUER, Cecília. Rodas e narrativas: caminhos para a autoria de pensamento, para inclusão e a formação. In: PINTO, Silvia Amaral de Mello et al. Psicopedagogia: contribuições para a educação pós-moderna. Petrópolis, Vozes, 2004. p. 13-23.

Downloads

Publicado

2020-07-30

Como Citar

CAMPOS, A.; CAMILA SIMÕES ROSA. RODAS DE CONVERSAS EM PRISÕES: CIRCLES OF CONVERSATION ON PRISONS. Revista Temas em Educação, [S. l.], v. 29, n. 2, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2359-7003.2020v29n2.52394. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rteo/article/view/52394. Acesso em: 18 dez. 2024.

Edição

Seção

DOSSIÊ – EXPRESSÕES EDUCATIVAS E CULTURAIS NO ESPAÇO DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE