EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ENFOQUE PARTICIPATIVO NA EXTENSÃO RURAL

Autores

  • Tarciso Botelho Pereira Filho Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias
  • Isnaldo Rodrigues Evangelista Filho
  • Micaela Benigna Pereira
  • Fillipe Silveira Marini Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Humanas, Sociais e Agrárias

Palavras-chave:

Ciências Agrárias, Desenvolvimento Rural, Metodologia Participativa

Resumo

Após uma discussão ampla com organizações e movimentos sociais ligados à agricultura familiar e à luta pela terra, o governo federal, em 2003, define uma nova política estabelecedora dos princípios que devem orientar a ação do extensionista rural no Brasil, visando alcançar, principalmente, os serviços oficiais de extensão rural, a Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER). Esse trabalho objetivou trazer a discussão da nova Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) proposta pela PNATER, enfocando desde a formação profissional, o processo metodológico e de comunicação e a ação do extensionista. A Nova Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural, aprovada em maio de 2004, define, entre vários outros assuntos, que a mesma deve contribuir para: implantação e consolidação de estratégias de desenvolvimento rural sustentável; ruptura com o modelo extensionista, baseado na teoria da difusão de inovações; uso das metodologias participativas nos serviços públicos de ATER e os seus agentes, agindo como animadores e facilitadores de processos de desenvolvimento rural sustentável e até mesmo uma nova postura institucional. Por tanto, as metodologias utilizadas no campo precisam passar por transformações, adequações e mesmo por uma adaptação dos sujeitos envolvidos no processo da extensão às novas ferramentas, inclusive de comunicação. As discussões feitas ao longo desse trabalho teórico levou a entender que, sendo o extensionista e o agricultor os principais sujeitos, estes determinam com que objetivo será conduzida a prática da extensão rural. Para isso, o extensionista tem em suas mãos, como ferramentas de trabalho, as metodologias utilizadas para trabalhar o conhecimento e as técnicas com os agricultores; a presença do próprio Estado que cria os programas de extensão bem como as universidades que por meio da Ciência forma o profissional extensionista. Isto é, refletido diretamente no modo de pensar do extensionista, na lógica com que conduzirá seus conhecimentos técnicos ao sujeito do meio rural, na escolha das metodologias que utilizará e na sua pré-concepção do mundo rural.

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Publicado

14.03.2016

Como Citar

PEREIRA FILHO, T. B.; EVANGELISTA FILHO, I. R.; PEREIRA, M. B.; MARINI, F. S. EDUCAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ENFOQUE PARTICIPATIVO NA EXTENSÃO RURAL. Revista Lugares de Educação, [S. l.], v. 6, n. 12, p. 63–82, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/rle/article/view/26143. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos - Temas Diversos em Educação