POLÍTICAS DE AVALIAÇÃO E CURRÍCULO DIANTE DO AVANÇO NEOCONSERVADOR
reflexões a partir de duas realidades
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n1.57080Palavras-chave:
Políticas de Avaliação, Currículo, NeoconservadorismoResumo
Nesse artigo apresenta-se algumas reflexões decorrentes de uma pesquisa mais ampla que buscou analisar as repercussões da Prova Brasil no currículo e no trabalho docente em escolas das redes municipais de Campina Grande-PB e de Pelotas-RS, entendendo que as avaliações externas tornaram-se uma das principais tecnologias de reforma e de “modernização” do Estado, a serviço da materialização e fortalecimento de medidas neoliberais e neoconservadoras no campo da educação. Como pesquisa qualitativa, utilizou-se da revisão bibliográfica e da análise documental, além da pesquisa de campo abrangendo observações e entrevistas semiestruturadas com profissionais que atuam em cada uma das municipalidades envolvidas. Como resultados principais constatou-se que ambos os municípios têm colocado em prática políticas de cunho gerencial, o que inclui mudanças significativas na gestão das redes, com a participação ativa de atores do setor privado; sob a justificativa de melhorar os resultados nas avaliações externas, em especial a Prova Brasil, vêm adotando políticas próprias de avaliação com o objetivo de melhorar seu desempenho no Ideb. Isso tem aberto maior espaço de atuação para o setor privado, o qual atua na prestação de serviços de assessoria, com destaque para a Fundação Lemann.
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