Histórias (d)e resistências feministas na Paraíba:

a ONG Cunhã Coletivo Feminista em perspectiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n42.52004

Palavras-chave:

Cunhã Coletivo Feminista, Movimento Feminista na Paraíba, Resistências

Resumo

O estado da Paraíba apresenta uma longa trajetória no que tange às lutas de mulheres, estas que durante muitos verões estiveram ausentes da escrita da história. O presente artigo tem por objetivo elucidar a trajetória da ONG Cunhã Coletivo Feminista, destacando seu protagonismo na luta por direitos e pela igualdade de gênero no estado. Fundada em 1990, nasceu como desdobramento de grupos feministas anteriores e apresenta uma destacada atuação com mulheres urbanas e rurais do litoral, agreste e cariri paraibano. Através da metodologia da história oral, costuramos histórias de vida de suas integrantes numa relação próxima entre uma história que se fez e que está sendo feita, e a memória. Também utilizamos textos, projetos, relatórios e fôlderes, materiais essenciais ao nosso fiar. Veremos a elaboração de novas práticas de subjetivação e a consolidação de um feminismo institucionalizado que foi formador para outros grupos e movimentos, essencial na formação de redes, na consolidação de articulações e no diálogo com o feminismo regional e nacional. Dessa forma, esperamos contribuir com a história e memória do Coletivo entre as décadas de 1990 e começo dos anos 2000, ao mesmo tempo em que trazemos à luz as histórias de vida de suas integrantes e que traçamos uma história do protagonismo feminino, das resistências e do movimento feminista na Paraíba.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Dayane Nascimento Sobreira, Universidade Federal da Bahia

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) da UFBA. É bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Mestra em História (tendo contado com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e especialista em Educação do Campo pela Universidade Federal da Paraíba. Possui graduação em História pela Universidade Estadual da Paraíba (2014), tendo sido pesquisadora PIBIC/CNPq e bolsista PIBID/CAPES. Entre 2017 e 2018 foi professora substituta no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFSB, campus Porto Seguro.

Referências

ALBERTI, Verena. Ouvir Contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2004.

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. O Tecelão dos Tempos: o historiador como artesão das temporalidades. In: BELLINI, Ligia; NEGRO, Antônio Luigi; SOUZA, Everton Sales (Org.). Tecendo Histórias: espaço, política e identidade. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 13-26.

ARAÚJO, Maria Sueldes. Cunhã: 17 anos de vida e feminismo na Paraíba. Cunhã: João Pessoa, 2007.

BARBOSA, Luciana Cândido. O encontro da Cunhã com o Movimento Nacional de Luta pela Moradia. In: SOARES, Gilberta Santos [et al] (Orgs.). Mulher, moradia e saúde: reflexões feministas. João Pessoa: Editora da UFPB, 2011. p. 17-30.

CAMURÇA, Silvia. ‘Nós mulheres’ e nossa experiência comum. Cadernos de Crítica Feminista, Recife, n. 0, v. 01, p. 12-25, 2007.

CISNE, Mirla; GURGEL, Telma. Feminismo, Estado e políticas públicas: desafios em tempos neoliberais para a autonomia das mulheres. Ser Social, Brasília, v. 10, n. 22, p. 69-96, 2008. DOI: https://doi.org/10.26512/ser_social.v10i22.12960

COSTA, Ana Alice; SARDENBERG, Cecília M. B. Feminismos no Brasil: anunciando e canalizando demandas das mulheres em sua diversidade. Labrys, Brasília/ Montreal/ Paris, n. 20, 2012.

COSTA, Ana Alice Costa. Feminismo e Estado no Brasil: um feliz casamento? Seminário Internacional Fazendo Gênero, 8, 2008, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC. Anais... Disponível em: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/sts/ST62/Ana_Alice_Alcantara_Costa_62.pdf. Acesso em: 09 mar. 2017.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Tratado de nomadologia: a máquina de guerra. In: DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Edições 34, 1997. (v. 05). p. 07-96.

FERREIRA, Claudia; BONAN, Claudia. Mulheres e movimentos. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2004.

FOUCAULT, Michel. A escrita de si. In: FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Lisboa: Passagens, 1992. p. 120-160.

FREITAS, Sônia de. História Oral: Possibilidades e procedimentos. 2. ed. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006.

GROS, Frédéric. A parrehsia em Foucault (1982-1984). In: ARTIÈRES, Philipphe [et al] (Orgs.). Foucault: a coragem da verdade. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. p. 155-167.

GUATTARI, Félix; ROLNIK, Suely. Micropolítica: cartografias do desejo. 4. ed. Petropólis: Vozes, 1996.

LOPEZ, Felix; BARONE, Leonardo. As entidades sem fins lucrativos e as políticas públicas federais: tipologia e análise de convênios e organizações (2003-2011): IPEA, 2013.

MAGALHÃES, Cândida Moreira; OLIVEIRA, Maria Lúcia Lopes de. Paraíba: para onde o feminismo leva as mulheres? Cadernos Feministas de Economia e Política, Recife, n. 03, p. 53-79, 2006.

MCLAREN, Margaret A. Foucault, feminismo e subjetividade. São Paulo: Intermeios, 2016.

NASCIMENTO, Alcileide Cabral do; LUZ, Noemia Maria Queiroz P. da. O debate em torno da emancipação feminina no Recife (1870-1920). Cadernos Pagu, Campinas-SP, n. 42, p. 341-370, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-8333201400420341

PEDRO, Joana Maria. Narrativas fundadoras do feminismo: poderes e conflitos (1970-1978). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 52, n. 26, p. 249-272, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-01882006000200011

RAGO, Luzia Margareth. A aventura de contar-se: feminismos, escrita de si e invenções de subjetividade. Campinas-SP: Editora da UNICAMP, 2013.

RAGO, Luzia Margareth. Escritas de si, parresia e feminismos. In: BRANCO, Guilherme Castelo; VEIGA-NETO, Alfredo (Orgs.). Foucault: filosofia e política. Belo Horizonte: Autêntica, 2011. p. 251-267.

RICH, Adrienne. Heterossexualidade compulsória e existência lésbica. Tradução de Carlos Guilherme do Valle. Bagoas, Natal, n. 05, p. 17-44, 2010.

ROSA, Susel Oliveira da. Mulheres versus ditadura, latifúndio e misoginia na Paraíba. Estudos de Sociologia, Araraquara-SP, v. 20, n. 39, 2 p. 309-324, 2015.

ROSA, Susel Oliveira da. Mulheres, ditaduras e memórias: “não imagine que precise ser triste para ser militante”. São Paulo: Intermeios; Fapesp, 2013.

SAFFIOTI, Heleieth I. B. Gênero, patriarcado, violência. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SARLO, Beatriz. Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: EDUFMG, 2007.

SILVA, Carmen Silvia Maria da. Movimento de mulheres, movimento feminista e participação de mulheres populares: processo de constituição de um feminismo antissistêmico e popular. 2016. Tese (Doutorado em Sociologia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife.

SILVA, Carmen Silvia Maria da. Os sentidos da ação educativa no feminismo. In: SILVA, Carmen Silvia Maria da (Org.). Experiências em pedagogia feminista. Recife: SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia, 2010. p. 09-27.

SOARES, Gilberta Santos [et al]. Dossiê sobre a realidade do aborto inseguro na Paraíba: o impacto da ilegalidade do abortamento na saúde das mulheres e nos serviços de saúde de João Pessoa e Campina Grande. Recife: Curumim, 2010.

SOARES, Gilberta Santos. Um breve olhar sobre os Programas de Atenção à Violência Sexual: a experiência da Paraíba. Jornal da Rede Saúde. n. 22, p. 25-28, nov. 2000.

SOBREIRA, Dayane Nascimento. A Cunhã Coletivo Feminista: subjetividade, história e feminismo na Paraíba (1990-2015). 2017. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

SOBREIRA, Dayane Nascimento. Das muitas margaridas: a construção de um feminismo rural no estado da Paraíba, Brasil. Mediapolis, Coimbra, v. 07, p. 47-60, 2018. DOI: https://doi.org/10.14195/2183-6019_7_3

SOCZEK, Daniel. ONGs e Democracia: metamorfoses de um paradigma em construção. Curitiba: Juruá, 2007.

SOIHET, Rachel. Zombaria como arma antifeminista: instrumento conservador entre libertários. Estudos Feministas, Florianópolis, n. 13, v. 3, p. 591-612, 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-026X2005000300008

SOUZA, Estelizabel Bezerra de [et. al]. Grupos de Mulheres da Paraíba: Retalhos de uma história. João Pessoa: Textoarte Editora, 2001.

SWAIN, Tânia Navarro. A história é sexuada. In: RAGO, Luzia Margareth; MURGEL, Ana Carolina A. de Toledo (Orgs.). Paisagens e tramas: o gênero entre a história e a arte. São Paulo: Intermeios, 2013. p. 51-60.

VEYNE, Paul. Como se escreve a História: Foucault revoluciona a História. 4. ed. Brasília: Editora da UnB, 2008.

WOOLF, Virginia. Um teto todo seu. São Paulo: Círculo do Livro, 1990.

Downloads

Publicado

2020-06-16

Como Citar

SOBREIRA, D. N. Histórias (d)e resistências feministas na Paraíba:: a ONG Cunhã Coletivo Feminista em perspectiva. Sæculum - Revista de História, [S. l.], v. 25, n. 42 (jan./jun.), p. 171–190, 2020. DOI: 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n42.52004. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/srh/article/view/52004. Acesso em: 30 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos