Censura e enquadramentos no jornalismo de guerra: a perspectiva das crônicas de Rubem Braga no Estado Novo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22478/ufpb.2359-375X.2024v11n2.70891

Palavras-chave:

Jornalismo de guerra, Crônica de guerra, Censura, Enquadramentos, Rubem Braga

Resumo

Este artigo analisa o silenciamento no jornalismo de guerra, explorando os efeitos de sentido produzidos pela censura no discurso jornalístico. A partir das noções de "silêncio fundante" (Orlandi, 1997) e enquadramentos noticiosos (Gitlin, 1980; Entman, 1993), examinam-se 15 crônicas de Rubem Braga sobre a participação da FEB na Segunda Guerra Mundial. Destaca-se como a censura no Estado Novo evidenciou o heroísmo brasileiro, silenciando baixas e falhas estratégicas. Por meio da análise textual, o estudo revela a interação entre literatura e jornalismo como resistência criativa, iluminando os impactos políticos e ideológicos do silenciamento nas narrativas de guerra. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gisela Cardoso Teixeira, Aix-Marseille Université

Doutoranda em Ciências da informação e da comunicação na Universidade de Aix-Marseille, na França. Membro do laboratório Instituto Mediterrâneo de Ciências da Informação e da Comunicação (IMSIC).

Referências

ALLAN, S.; ZELIZER, B. Reporting War: Journalism in Wartime. London: Routledge, 2004.

BATISTA, J. G. Rubem Braga com a FEB na Itália. Brasília: Editora Prisma, 2014.

BRAGA, R. Crônicas da Guerra na Itália. Rio de Janeiro: Record, 1996. 3ª ed.

CARVALHO, E. S. Jornalismo de Guerra: O caso da Imprensa Portuguesa. 2013. 117 f. Dissertação (Mestrado em Jornalismo) – Instituto Artes e Letras, Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2013. Disponível em: https://ubibliorum.ubi.pt/handle/10400.6/1599. Acesso em 23 jul. 2024.

CARVALHO, Marco Antônio de. Rubem Braga: um cigano fazendeiro do ar. Rio de Janeiro: Record, 2007.

CASTELLO, José. Na cobertura do Braga. Rio de Janeiro: José Olympio, 2013.

COSTA, Renata. Como foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial? Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/319/como-foi-a-participacao-do-brasil-na-segunda-guerra-mundial. Acesso em 23 jul. 2024.

ENTMAN, R. M. Framing: toward clarification of a fractured paradigm. Journal of Communication, New York, v. 43, n. 4, p. 51-58, 1993. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1460-2466.1993.tb01304.x. Acesso em 23 jul. 2024.

ESQUIVEL, A. P. A primeira vítima da guerra é a verdade. Brasil de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2022/03/26/artigo-a-primeira-vitima-da-guerra-e-a-verdade. Acesso em 11 dez. 2024.

FORNER, O. M. C.; SILVA, M. A. R. A mídia como arma de guerra durante a Segunda Guerra Mundial. Revista Temática, v. 13, n. 7, p. 1-14. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/tematica/article/view/35358/18032. Acesso em 11 dez. 2024.

GARAMBONE, Sidney. A Primeira Guerra Mundial e a imprensa brasileira. Rio de Janeiro: Mauad, 2003.

GITLIN, T. The Whole World is Watching: Mass Media and the Making and Unmaking of the New Left. Berkeley: University of California Press, 1980.

KESKE, H. I. O new journalism entre o factual e o ficcional: das aproximações entre literatura e jornalismo. Animus. Santa Maria, v. 5, n. 1, p. 133-150, jan./jun., 2006.

KNIGHTLEY, Phillip. The First Casualty: The War Correspondent as Hero and Myth-Maker from the Crimea to Kosovo. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2004.

KUHN, A. S. A história dos correspondentes brasileiros de guerra e sua relação com o poder estatal e militar. Encontro Nacional de História da Mídia, 3. 2005, Novo Hamburgo. Anais do 3º Encontro Nacional da Rede Alcar. UFRGS: Porto Alegre, 2005.

McLAUGHLIN, Greg. The War Correspondent. London: Pluto Press, 2002.

MERCIER, Arnaud. Guerres et médias : permanences et mutations. Raisons politiques, v. 1, p. 97-109, 2004. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-raisons-politiques-2004-1-page-97.htm. Acesso em 23 jul. 2024.

MOREIRA, C. B. Produção, circulação e funcionamento da censura na ditadura militar brasileira e no fascismo italiano: a censura na ordem do discurso. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade Federal Fluminense (UFF), Rio de Janeiro, 2009. Disponível em https://app.uff.br/riuff/handle/1/18544. Acesso em 23 jul. 2024.

OLIVEIRA, Dennison de. Os Soldados Alemães de Vargas. Juruá Editora, 2008.

ORLANDI, Eni. As formas do silêncio. No movimento dos sentidos. 4. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1997.

REESE, S. D. Framing Public Life: A Bridging Model for Media Research. In: REESE, Stephen D.; GANDY JR., Oscar; et al. (Org.). Framing Public Life: Perspectives on Media and Our Understanding of the Social World. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates Publishers, 2001.

SÁ, Jorge de. A crônica. São Paulo: Ática, 1999.

SANTOS, Marco Cabral dos. Departamento de Imprensa e Propaganda: A censura no Estado Novo. Uol Educação. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/departamento-de-imprensa-e-propaganda-a-censura-no-estado-novo.htm. Acesso em: 02 jul. 2024.

SODRÉ, Muniz. A narração do fato: notas para uma teoria do acontecimento. 2 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

TEIXEIRA, G. C. Jornalismo e literatura nos tempos da Segunda Guerra Mundial: Uma análise dos textos de George Orwell e Rubem Braga. Revista Humanidades e Inovação, v. 8, n. 56, p. 286-296. Disponível em: https://revista.unitins.br/index.php/humanidadeseinovacao/article/view/612. Acesso em: 11 dez. 2024.

ZANDWAIS, Ana; ROMÃO, Lucília Maria Souza (Org.). Leituras do Político. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011.

Downloads

Publicado

2024-12-31

Edição

Seção

Eixo Temático | Thematic Dossier | Dossier Temático | Dossier thématique