Stella do Patrocínio e seus falatórios insurgentes

Autores

  • Lina Ferrari de Carvalho
  • ​​Marivete Gesser
  • Maria Juracy Filgueiras Toneli

Resumo

Stella do Patrocínio foi uma mulher negra, poeta, considerada louca e aprisionada em um hospital psiquiátrico aos 21 anos de idade. Patrocínio permaneceu por trinta anos encarcerada no contexto asilar, onde conseguiu elaborar falatórios poéticos que posteriormente foram gravados, transcritos e publicados no livro póstumo “Reino dos bichos e dos animais é o meu nome” (2001). O artigo em questão tem como objetivo problematizar os falatórios de Stella do Patrocínio, nesta obra específica, a partir do diálogo com epistemologias feministas, principalmente decorrentes dos feminismos negro e decolonial. Foi possível traçar um debate teórico-afetivo interseccional que permitiu evidenciar a articulação entre o sistema manicomial e o sistema sexo-gênero colonial, bem como refletir sobre o estatuto ontológico que torna determinados corpos, como o de Stella, abjetos e não passíveis de luto. Mesmo encarcerada, Stella transformou os silêncios manicomiais em linguagem e ação, nos permitindo ver vias de resistência às opressões que ecoam na atualidade.

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Publicado

2022-12-15

Como Citar

FERRARI DE CARVALHO, L.; GESSER, ​​Marivete; FILGUEIRAS TONELI, M. J. Stella do Patrocínio e seus falatórios insurgentes. Revista Ártemis, [S. l.], v. 34, n. 1, 2022. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/artemis/article/view/65173. Acesso em: 4 dez. 2024.

Edição

Seção

Dossiê: Leituras decoloniais e feministas na literatura e outras artes