Ser ou não ser Agatha Bell?: a experiência da vida privada de Chinaza Okafor em “Os casamenteiros”, de Adichie
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.1887-8214.2024v37n1.71002Resumo
A participação feminina em sociedade é marcada por reivindicações constantes por direitos e equidade na esfera social, seja em âmbito público ou privado. Sendo assim, torna-se imperativo [re]pensar os lugares que elas ocupam, bem como a forma como elas foram durante muito tempo representadas. Destarte, este artigo propõe-se a analisar o papel da personagem Agatha Bell no conto “Os casamenteiros”, escrito por Chimamanda Nigozi Adichie, que compõe a coletânea de narrativas de contos intitulada No seu pescoço (2017). Para tanto, utilizamos as contribuições teóricas de Bonnici (2004), Cooper (2007), Vergès (2020), Spivak (1997), Pinto (2007), Davis (2016), Ribeiro (2018) e Cardoso (2022). Sendo assim, utilizou-se pesquisa de natureza qualitativa e descritiva de cunho documental e bibliográfico para a construção das discussões teóricas e análise do corpus. Os estudos aqui desenvolvidos apontam para a necessidade de não se aceitar mais os papeis socialmente convencionados ao feminino com base em preceitos essencialistas, bem como a relação entre gênero, classe e raça não deve ser utilizada como uma categoria para delegar um locus de inferioridade ao gênero feminino.