A concepção de “índio” nos livros didáticos de Sérgio Buarque de Holanda
DOI:
https://doi.org/10.22478/ufpb.2317-6725.2023v28n48.64346Palavras-chave:
Concepção historiográfica, Livros didáticos de História, Indígenas, Sérgio Buarque de HolandaResumo
Considerado um instrumento central no processo de ensino e aprendizagem e compreendido, ao mesmo tempo, enquanto produto e expoente do contexto em que fora escrito, o livro didático de História é tomado, neste artigo, como fonte primária para se refletir sobre o modo como se enxergava, no correr dos anos 1970, as sociedades indígenas e como se as representava didaticamente. Para tanto, são apresentadas análises dos três compêndios que integram a Coleção Sérgio Buarque de Hollanda, produzida sob a supervisão de Sérgio Buarque de Holanda no período de recrudescimento da ditadura civil-militar. Os resultados indicam que está presente nos livros didáticos uma concepção historiográfica de viés positivista, a qual dá vazão a uma visão eurocêntrica e estereotipada a respeito dos povos originários do Brasil, decorrente, em parte, do ideário político-econômico projetado pelos militares que se alçaram ao comando do país a partir de 1964. Assim, atribui-se a essas populações um papel de meros coadjuvantes na formação histórico-cultural do país, tratamento que não somente predominou naquele contexto como também foi exportado para as décadas seguintes.
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